25/10/2021 às 17h58min - Atualizada em 25/10/2021 às 17h58min

Tribunal revelará sentença de brasileiro acusado de crimes na Operação Condor

AB NOTICIAS NEWS
Agência EFE
Reprodução
 O Tribunal de Roma, na Itália, anunciará nesta terça-feira a sentença do militar brasileiro Átila Rohrsetzer, enquanto o Supremo Tribunal se pronunciará sobre o ex-ditador do Peru Francisco Morales Bermudéz, ambos julgados por crimes relacionados à Operação Condor.


A corte da capital italiana deve divulgar amanhã o veredito em primeiro grau do caso de Átila Rohrsetzer, acusado pela detenção e entrega de militantes argentinos de esquerda em 1980, quando ele era diretor da Divisão Central de Informações do Rio Grande do Sul (DCI).

Caso seja condenado, ele pode se tornar o primeiro militar brasileiro a receber uma pena relacionada ao envolvimento com a Operação Condor, apesar da Lei de Anistia aprovada em 1979, que impede a investigação e julgamento dos crimes cometidos durante da ditadura militar, que perdurou de 1964 a 1985.

Rohrsetzer é apontado como envolvido no assassinato do ítalo-argentino Lorenzo Viñas Gigli, de 25 anos, ocorrido em 1980. O jovem foi capturado quando tentava fugir da Argentina para viajar para a Itália, onde encontraria a mãe dele, Adelaide.

O outro caso em que o militar brasileiro é réu é do também argentino Horacio Campiglia, que foi sequestrado junto com a mulher, Mónica Susana Pinus de Binstock, em março de 1980, no Rio de Janeiro e extraditado para a Argentina, onde acabou encaminhado para o centro de detenção clandestino conhecido como Campo de Maio e também acabou assassinato.

Outros quatro brasileiros eram acusados nos dois casos de homicídio na justiça italiana, no entanto, apenas Rohrsetzer permanece vivo.

EX-DITADOR PERUANO.

Já o Supremo se reunirá na manhã desta terça-feira para emitir uma sentença para Morales Bermudéz, cujo caso foi separado da causa geral do chamado Processo Condor na Itália, que em julho confirmou 14 prisões perpétuas para chilenos e uruguaios.

A justiça do país europeu acusou dezenas de militares da Bolívia, Chile, Peru e Uruguai pelo desaparecimento de cidadãos italianos durante a execução da Operação Condor.

Todos foram julgados à revelia, sem comparecerem a um tribunal, com exceção do uruguaio Jorge Troccoli, que vivia na Itália, após ter fugido do Uruguai.

Em julho, o Supremo italiano separou do processo geral os três acusados peruanos, que são Morales Bermudéz, que foi ditador do Peru de 1975 a 1980, além do general Germán Ruiz Figueroa e do coronel Martín Martínez Garay, estes dois últimos, que já morreram.

INVESTIGAÇÃO ITALIANA.

A Itália começou a investigar cerca de duas décadas atrás o assassinato e o desaparecimento de vários italianos ou de pessoas que tinham dupla nacionalidade, durante o Plano Condor. Em 2007, foi pedida a prisão de 146 militares de Bolívia, Chile, Peru e Uruguai.

Com a morte e a falta de permissão da Argentina para que se atuasse contra os militares do país, a lista de indiciados acabou sendo reduzida, por isso, foi confirmada apenas a prisão perpétua de 11 uruguaios e três chilenos.

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