10/07/2018 às 08h20min - Atualizada em 10/07/2018 às 08h20min

Casas de câmbio já aceitam cartão de crédito na compra de moedas estrangeiras

O próximo passo será a oferta de parcelamento para este tipo de transação

Agência O Globo -
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(Foto: Divulgação)

SÃO PAULO — Algumas casas de câmbio passaram a aceitar cartão de crédito na compra de moeda estrangeira de olho no turista que chega na véspera da viagem sem os recursos suficientes para a empreitada. É uma forma de atrair o cliente que não se planejou nesta época de volatilidade. A operação evita o risco da variação cambial e o custo do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente nas compras feitas com o plástico no exterior. Em breve, algumas casas também vão começar a ofertar a opção de parcelamento para esse tipo de compra, o que dá um pouco mais de flexibilidade ao comprador.

 

 

Cotação e GetMoney são duas da corretoras que há cerca de um mês passaram a aceitar cartões de crédito com forma de pagamento para quem vai comprar moeda estrangeira. Os de débito já eram um meio de pagamento aceito há alguns anos.

— O início foi dia 19 de junho. Estamos fazendo 5 ou 6 operações por dia com cartão, mas esse número ainda é insignificante, mas deve crescer a medida que ficar mais conhecido — disse Vanessa Blum, diretora comercial da Get Money.

Nesse tipo de operação, o cliente irá pagar com o cartão, em reais, o valor equivalente à quantidade de moeda que está comprando. Haverá um IOF com alíquota de 1,1% se o turista for levar moeda em espécie e de 6,38% se optar pelo cartão pré-pago de viagem.

 

Blum lembra, no entanto, que ao comprar com cartão de crédito, a casa de câmbio não irá dar nenhum desconto no valor da cotação, já que o pagamento com plástico tem um custo maior de operação (que é o cobrado pelas empresas que fazem o processamento da operação), em geral de 3% do valor da transação - esse custo não existe quando o viajante leva dinheiro e é de cerca de 1% se a opção for pelo débito.

— Vai sair mais caro, mas a questão é que eventualmente ele se apertou financeiramente e precisa da moeda porque a viagem está iminente. Dessa forma, ganha uns 30 dias para pagar — explicou.

 

A Cotação aceita cartão de crédito para o pagamento de compras nas casas de câmbio na rede desde o mês passado. Alexandre Fialho, diretor da empresa, afirmou que a vantagem é fixar a taxa de câmbio na data da transação, para pagar só no vencimento da fatura. Se ele usar o cartão de crédito no exterior para compras, irá pagar um IOF de 6,38% e o valor final do gasto vai depender da cotação da moeda no dia do fechamento da fatura.

— É uma opção ao cliente que tem até 30 dias para pagar essa compra. É melhor que usar o cartão de crédito no exterior. Tiramos do cliente o problema da oscilação da moeda — disse, mas sem detalhar qual a participação das compras com cartão de crédito no total das operações da empresa.

Assim como na Get Money, o preço para quem usa o cartão é o mesmo, mas descontos, que às vezes são negociados no momento da compra, ficam restritos devido ao custo da transação eletrônica. Por outro lado, ele afirma que até o final do ano a Cotação irá fazer o parcelamento das compras com crédito.

 

— Estamos desenvolvendo a operação para aceitar o parcelamento com cartão de crédito. Vamos oferecer esse benefício ainda neste ano — explicou.

Quem também passou a aceitar cartão de crédito na compra de moedas estrangeiras foi a carioca DG Câmbio. As transações com pagamento por meio do plástico ficam restritas às lojas físicas, e há a incidência de uma taxa sobre a compra. No caso do pagamento pelo cartão de crédito, é acrescido 4% sobre o valor final da transação. No débito, esse percentual cai para 1% do total.

 

Mesmo com o custo adicional, Bruno Foresti, gerente de câmbio do Banco Ourinvest, vê uma facilidade ao consumidor que precisa viajar.

— É uma estratégia de venda por parte das corretoras e, para o cliente, é melhor do que sacar do cartão para pagar em dinheiro, o que acarretaria em juros, ou usar o cartão no exterior — disse.

A ampliação dos meios de pagamento, no entanto, não aliviam a alta recente da cotação do dólar - o dólar passou de R$ 3,30 no final do ano passado para os atuais cerca de R$ 3,90. Com essa valorização, segundo esses profissionais, quem tem viagem programada acaba comprando um pouco menos de moeda do que o planejamento anteriormente.

Para quem ainda busca o destino, cresce a procura por moedas de países próximos, que permitem um custo menor de viagem.

Para driblas essa forte volatilidade, o o banco Inter fechou uma parceria com a Picchioni Câmbio para a compra de dólar e euro, em que é dado um desconto de R$ 0,08 para cada euro ou dólar comprado, restrita a clientes da instituição financeira e válida apenas para o mês de julho. No entanto, segundo Priscila Sales, superintendente de marketing do Inter, o banco deverá fazer promoções parecidas em momentos de forte demanda por viagens, como feriados e a temporada de verão.

A promoção é restrita aos clientes do banco e que fazem o pagamento com o Interpag, uma solução disponível no aplicativo em que, por meio de um QR code, o valor da compra sai da conta do cliente e é transferido para a conta da casa de câmbio.

— Estamos aproveitando esse período de férias e vamos aproveitar momentos de maior demanda por viagens no exterior para fazer alguma promoção para o uso do Interpag — disse, se referindo ao sistema de pagamentos eletrônicos do banco, que é feito por meio de celular com o uso de "QR Code".

Nessa promoção, o correntista do banco Inter precisa ir até uma loja da Picchioni Câmbio para comprar a moeda estrangeira e realizar o pagamento por meio do celular, por meio do Interpag, para ter o acesso ao desconto. Os recursos são transferidos automaticamente da conta do cliente para a conta da corretora.


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