NOVA YORK - Motorista pessoal de Donald Trump por mais de 25 anos, Noel Cintron afirmou que o multimilionário do setor imobiliário não lhe pagou as horas extras devidas e aumentou seu salário somente duas vezes em 15 aos. Segundo ele, o segundo reajuste só foi concedido porque seus benefícios de saúde foram reduzidos.
Cintron, filiado ao Partido Republicano, entrou com uma ação contra o grupo de Trump cobrando cerca de 3.300 horas extras trabalhadas nos últimos seis anos.
A denúncia diz que “em uma exibição completamente cruel de privilégios e direitos injustificados e sem um mínimo de senso de nobreza”, Trump e seus negócios exploraram o motorista.
As acusações do motorista ecoam as de outros funcionários ou empreiteiros do grupo que acusaram o pesidente e/ou suas empresas ao longo dos anos, alegando que foram mal pagos ou que não honraram as promessas de compensá-los por seu trabalho. Entre esses, estão corretores de hipotecas, paisagistas e eletricistas, segundo os quais não receberam comissões ou honorários.
Ano passado, um dos luxuosos complexos de golfe de Trump na Flórida foi intimado por uma corte de apelações a pagar mais de US$ 32 bilhões a uma empresa fornecedora que afirmou não ter recebido pela pintura feita para enfeitar a propriedade.
"O Sr. Cintron foi sempre pago generosamente e de acordo com a lei”, disse a porta-voz da Trump Organization, Amanda Miller, em um comunicado. "Uma vez que os fatos venham a tona, esperamosjá termos nos justificado plenamento no Tribunal.
O motorista afirmou que era obrigado a estar à disposição de Trump, sua família ou sócios comerciais a partir das 7h da manhã até que tivesse seus serviços dispensados no dia. Segundo ele, chegou a trabalhar até 55 horas por semana, mas recebeu um salário fixo de US$ 62,7 mil em 2003, US$ 68 mil em 2006 e US$ 75 mil em 2010, conforme consta de sua denúncia.
Junto com o aumento de salário recebido em 2010, segundo Cintron, veio um pedido para que devolvesse o seguro-saúde, o que fez a Trump Organization aproximadamente US$ 17.866 por ano em prêmios.
“A insensibilidade e cobiça do presidente Trump são demonstradas quando, embora seja supostamente um bilionário, não seu ao motorista pessoal um aumento significativos em mais de 12 anos”, diz a denúncia.
Em entrevista por telefone à Bloomberg, o advogado de Cintron, Larry Hutcher, disse que o motorista começou a trabalhar para a Trump Organization há cerca de 30 anos até se tornar motorista pessoal do futuro presidente dos EUA. Ele só foi substituído quando o Serviço Secreto assumiu a função.