15/10/2021 às 16h13min - Atualizada em 15/10/2021 às 16h13min

Teste: Renault Kwid Zen é mesmo o SUV dos compactos?

Carro mais barato da Renault no Brasil, modelo foi avaliado para mostrar se pode ser chamado de utilitário esportivo

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Divulgação

O Renault Kwid foi alvo de uma estratégia ousada de sua montadora. Para aproveitar a onda dos utilitários esportivos, a marca francesa resolveu chamá-lo de SUV dos compactos. E aparentemente essa estratégia deu certo, já que o subcompacto é o carro mais vendido da fabricante há alguns anos, embora tenha perdido terreno e não consiga repetir o desempenho anterior ao período de pandemia.

Neste ano, o Kwid presenciou a queda de um rival, o VW Up, que deixou de ser vendido. Entretanto, viu o seu outro concorrente, o Fiat Mobi, se fortalecer e roubar a liderança do mercado dos menores carros nacionais. Para saber quais são as cartas que o carro da Renault tem na manga para seguir competitivo, o AUTOO optou por testar o hatch pequeno para conhecer melhor suas qualidades, além de entender se de fato o carro pode ser considerado o SUV dos compactos.

O teste foi realizado na versão Zen, a intermediária do modelo. De acordo com o site da Renault, seu preço sugerido é de R$ 57.190 em outubro de 2021. Como o carro testado estava pintado com a cor Vermelho Fogo, este preço sobe para R$ 58.640, já que a pintura custa R$ 1.450. Não há nenhum outro opcional. 

Em meu primeiro contato com o carro, notei o quanto a cabine é simples mas bem construída. Há plásticos por todos os lados, mas ao menos não existe nenhum pedaço da carroceria aparente, como no VW Up, onde as portas mostravam parte da lataria. 

E não há muitos luxos no carro. A coluna de direção é fixa, o volante não tem nenhum revestimento e muito menos botões multimídia. O painel de instrumentos mostra apenas o essencial: um velocímetro grande divide o espaço com marcador de combustível e indicador de quilometragem.

Bancos finos e com encosto fixo e o acionamento dos vidros elétricos dianteiros no painel central são outros pontos que mostram a simplicidade do Kwid. Ao mesmo tempo, há quase tudo que o mercado exige em um carro moderno. A versão Zen tem direção elétrica, ar-condicionado, rádio com Bluetooth (que não é uma central multimídia), quatro portas, quatro airbags e o já citado vidro elétrico dianteiro, além da trava elétrica em todas as portas. 

Dessa forma, mesmo sendo simples, o carro da Renault entrega o pacote básico exigido pelo mercado atualmente, ao menos nesta versão.

Renault Kwid 2022

Renault Kwid 2022

Vida a bordo

Com 3,68 m de comprimento e entre-eixos de 2,42 m, espaço interno não é o forte do Kwid. A largura de 1,57 m também não contribui muito para o espaço dos ombros dos ocupantes. Tanto que se forem duas pessoas muito altas na dianteira, é bem provável que elas encostem os braços. 

Na hora de dirigir o modelo, mesmo com meu 1,87 m de altura, não me senti desconfortável no carro. Pelo contrário, foi até fácil achar uma posição agradável. Minha maior dificuldade foi ao sair do veículo, já que o banco estava um pouco atrás da coluna B, e era preciso fazer um leve desvio para não trombar nela – o que, evidentemente, aconteceu algumas vezes.  

Porém, com o banco dianteiro ajeitado para a minha altura, o espaço traseiro era praticamente nulo, sendo suficiente para crianças ou adultos com menos de 1,70 m. Não chega a ser um defeito do carro, já que sua proposta é o uso urbano e de preferência para duas pessoas, mas de fato o espaço interno não é o forte do carro.

Onde o espaço é bom é no porta-malas. Com 290 litros, a capacidade do Kwid é maior que a do Mobi, que só leva 200 litros, e supera até mesmo carros maiores, como o Jeep Renegade, que na versão Trailhawk tem 273 litros de capacidade de carga no porta-malas. Dessa forma, não há do que reclamar do carro da Renault neste aspecto.

Ao volante

Compacto para os padrões atuais, o Kwid não conta com muita potência em seu motor 1.0 de três cilindros. São apenas 70 cv com etanol, ou 66 cv com gasolina, e 9,8 kgfm de torque com o combustível vegetal, número que cai para 9,4 kgfm quando abastecido com o derivado do petróleo.

Acontece que o carro pesa apenas 779 kg, o que faz esses números serem suficientes para o modelo. O desempenho não chega a ser surpreendente, mas é adequado no uso urbano e não decepciona em rodovias. Neste segundo caso, apenas o giro fica elevado, já que o câmbio manual de cinco marchas tem uma relação curta.

Ao rodar com o carro é que se entende de onde a Renault tirou a ideia de chamá-lo de SUV dos compactos. Afinal, ele encara valetas sem raspar a dianteira, e incentiva o motorista a passar um pouco mais rápido em lombadas. O ajuste da suspensão é bom, sem ser duro demais e sem deixar a carroceria inclinar muito em curvas mais rápidas. 

O peso da direção também agrada, com a assistência elétrica sendo leve em manobras, mas sendo firme em velocidades mais altas e também no uso urbano.

Renault Kwid 2022

Renault Kwid 2022

SUV ou compacto?

De fato, chamar o Kwid de SUV é um pouco exagerado. Trata-se de um subcompacto com suspensão levemente mais alta, mas nada além disso. Porém, no geral o carro agrada, principalmente para quem busca uma opção urbana e bastante econômica, já que ele consegue rodar quase 11 km com 1 litro de etanol na cidade e mais de 14 km com gasolina. Em tempos de combustível a quase R$ 7, toda economia ajuda.

Porém, trata-se de um carro bem simples, cujo preço já ultrapassa os R$ 60 mil nas versões mais caras. Para quem precisa de um carro 0 km e não quer passar dessa barreira de preço, a versão Zen do Kwid pode ser uma boa, já que entrega um pacote razoável de equipamentos.

Mesmo sendo simples e com pouco espaço interno, o subcompacto cumpre seu papel, além de ser agradável ao volante e econômico. Pode não ser um SUV, mas é competente no que se propõe.  

Renault Kwid 2022

Renault Kwid 2022


 


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