ReproduçãoA simples combinação de equipamentos de som instalados em veículos e isopores com bebidas faz das festas paredão uma opção de entretenimento acessível e atraente para jovens de várias comunidades pela Bahia. Contudo, as cenas de violência e tragédia vistas no evento promovido na localidade do Pistão na madrugada de terça para quarta-feira (13) em Salvador, com doze feridos e seis vítimas fatais, fizeram com que o poder público adotasse um discurso mais enérgico em relação ao combate a este estilo de festa. O governador Rui Costa (PT) disse que aumentará o rigor no combate à realização dos paredões, proibidos por conta da pandemia. “Minha orientação é agir previamente para evitar tumultos, e no momento da realização apreender equipamentos e as pessoas responsáveis”. Decretos estaduais e municipais em vigor desde março de 2020 já impediam o uso de equipamentos sonoros em vias públicas, independentemente do motivo.
Embora a medida ainda não tenha ido para o Diário Oficial da Bahia, Costa já adiantou que a teimosia será inibida pelas polícias. “Não é possível a gente ficar passivo a essas realizações de festas clandestinas. Nós não permitiremos mais esse tipo de evento. Festa popular é sempre bem vinda, mas deve ser previamente comunicada à Prefeitura e à Polícia Militar”, declarou o gestor estadual, relatando que alguns moradores se sentem ‘intimidados’ ao reclamar ou denunciar o evento irregular. Com o contexto da crise sanitária, quem fosse pego descumprindo as medidas de prevenção ao promover aglomerações seria autuado por crime contra a saúde pública; mesmo com a melhora nos indicadores epidemiológicos e com a licença para realização expedida pelo município, o interessado em fazer a festividade deverá passar pela Central Integrada de Licenciamento de Eventos, setor vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), para verificar a viabilidade do evento em relação aos protocolos de segurança.
Por conta dos crescentes incidentes em diversos pontos da capital e em outras cidades da Bahia, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) precisou lançar a Operação Verão antes do previsto, faltando pouco mais de dois meses para a estação mais movimentada do Estado, com o intuito de ampliar o policiamento, sobretudo nas áreas de maior fluxo da população, onde haverá aumento do efetivo para garantir segurança a baianos e turistas. A iniciativa de combate ao tráfico de drogas e outros delitos terminará no final de fevereiro de 2022 e prevê reforços no quadro de profissionais da Polícia Civil, novas viaturas e pagamento de horas extras para os policiais, que atuarão à pé, em bicicletas, helicópteros e manejando drones. “Nós teremos um dos verões mais movimentados da história de Salvador, então a gente tem que se prevenir e se antecipar aos fatos para evitar problemas”, afirmou Paulo Mandarino, titular da pasta de segurança pública.
