O prêmio Nobel da Paz, este ano, foi entregue a dois jornalistas. A jornalista filipina Maria Ressa e o jornalista russo Dmitry Muratov levaram o prêmio em função do amplo papel em defesa da liberdade de expressão e combate às fake news que desempenham.
Maria Ressa possui um site onde compartilha suas reportagens em combate às notícias falsas e desinformação, mas é perseguida em seu país. Já o jornalista russo Dmitry é dono de um jornal online e também já teve sua vida ameaçada, por causa de seu trabalho no combate à desinformação.
Por isso, os dois se tornaram ícones do prêmio Nobel da Paz deste ano. Segundo o comitê organizador do evento, “a liberdade de expressão é uma condição para a democracia e a paz duradoura”.
Deste modo, os jornalistas, que atuam diariamente na defesa da democracia, de acordo com o comitê “são representantes de todos os jornalistas que defendem esse ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas”
O prêmio mostra o quanto é importante manter a luta contra a desinformação e, principalmente, pela liberdade de expressão.
Com o avanço da internet e a popularização da informação, a disseminação de notícias, que antigamente era feita por grandes empresas de comunicação, passou, também, a ser feita por meios alternativos. Quebrando, então, o monopólio da informação.
A fácil liberação de conteúdo online e a velocidade que chega ao usuário, entretanto, facilita a propagação das fake news e, consequentemente, faz com que as pessoas fiquem mais suscetíveis a acreditarem nas notícias falsas e/ou comprem discursos que possam ameaçar a democracia.
Em uma sociedade onde, de acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), as notícias falsas circulam 70% mais rápido do que as notícias verdadeiras, se tornou papel não apenas de jornalistas, mas da sociedade defender a liberdade de expressão.
Contudo, o que se vê, especialmente entre veículos de comunicação conhecidos como “velha mídia”, são jornalistas que colocam suas narrativas e ideologias acima da liberdade de expressão.
Ainda na faculdade, o jornalista aprende que seus interesses e ideais não devem estar acima dos fatos. No entanto, a cada dia que passa mais veículos e profissionais se colocam à disposição de empresas, partidos políticos e ignoram o que aprenderam nos anos de graduação.
Em artigo publicado em seu site, o historiador e filósofo Olavo de Carvalho, que já trabalhou como jornalista nos maiores jornais do País, explica que a ligação entre jornalismo e esquerdismo nasceu durante o Regime Militar no Brasil. Na ocasião, a aliança fazia sentido em um momento em que se lutava pela liberdade de expressão. No entanto, segundo Carvalho, há muitas décadas já não há razão para que o jornalismo venda sua imparcialidade ao esquerdismo.
“Mas hoje essa aliança domina o País inteiro”, explica Carvalho. “Nunca, ao longo de todo o período militar, a esquerda esteve tão amordaçada quanto a direita conservadora, especialmente religiosa, está hoje na grande mídia”.
Deste modo, é importante lembrar que, ao contrário do que muitos pensam, notícias falsas e/ou tendenciosas não são produtos derivados apenas da internet. Grandes veículos, inclusive no Brasil, também podem disseminar fake news e se colocar como ameaças à democracia.
Por isso, fique atento. No mínimo, cheque as informações que recebeu, procure saber se há idoneidade no conteúdo, averigue a fonte, compare com o que foi publicado em outros veículos de comunicação, não saia compartilhando tudo o que recebe sem antes verificar se é ou não verdade e seja, também, um agente de informação da verdade e defensor da democracia no País.