08/10/2021 às 08h40min - Atualizada em 08/10/2021 às 08h40min

Novo teste que emite luz com a presença do coronavírus na saliva é desenvolvido pela UFSCar

Dispositivo de baixo custo elaborado pelo Labie pode analisar várias amostras com resultado em até 1 hora e a mesma precisão do RT-PCR. Ele pode até ser acoplado a um smartphone.

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Ely Venancio/EPTV

O Laboratório de Bioanalítica e Eletroquímica (Labie), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), desenvolveu um dispositivo de baixo custo para detectar o coronavírus na saliva por meio da emissão de luz.

A técnica tem a mesma eficiência do teste RT-PCR, considerado padrão ouro. Ainda é possível analisar várias amostras de uma só vez, com resultado em até uma hora.

UFSCar desenvolve dispositivo de baixo custo para detectar Covid-19 por meio de emissão de luz  — Foto: UFSCar/Divulgação

UFSCar desenvolve dispositivo de baixo custo para detectar Covid-19 por meio de emissão de luz — Foto: UFSCar/Divulgação

"O teste tem uma facilidade muito grande. Por exemplo, nos caso das comunidades ribeirinhas, de pequenos centros urbanos e de cidades interioranas, nós conseguimos fazer com que o teste chegue nesses locais onde o acesso à tecnologia é mais restrito. Isso porque o dispositivo é portátil e não demanda uma estrutura tecnológica super desenvolvida", explicou a pesquisadora Thaíse Helena Oliveira Leite.

Como é feito o teste

A nova técnica criada pela universidade utiliza uma sonda de DNA para detectar a presença do RNA viral na amostra de saliva.

A fita de DNA é acoplada a um sensor que emite luz vermelha na presença do material genético do vírus, a qual varia de intensidade luminosa de acordo com a quantidade de carga viral presente no fragmento.

O dispositivo aguarda o investimento de uma empresa para produção em larga escala e comercialização no mercado — Foto: Ely Venancio/EPTV

O dispositivo aguarda o investimento de uma empresa para produção em larga escala e comercialização no mercado — Foto: Ely Venancio/EPTV

Dessa forma, o marcador não emite a luz quando não é detectado o vírus e exibe luminosidade mais intensa quando há grande quantidade de RNA viral na amostra.

O dispositivo que coleta a amostra de saliva para realizar a detecção do vírus e emite a luz quando o paciente testa positivo para a doença é descartável e pode ser acoplado, até mesmo, a um smartphone, cuja a câmera será responsável por tirar fotos para identificar a presença do vírus.

O resultado do teste não precisa ser analisado por um profissional especializado.

Custo baixo

Como o instrumento é feito com material descartável e pode ser facilmente ligado a um celular, os custos desse método de testagem são baixos e acessíveis à população, visto que o resultado é intuitivo a partir da emissão da luz.

"Hoje, mais do que nunca, para alcançarmos o controle da pandemia é necessário que haja uma testagem em massa, para que possamos obter um diagnóstico precoce de quem foi exposto ao vírus e adoeceu, isolando essa pessoa e assim quebrando a cadeia de transmissão", afirmou o professor de medicina da UFSCar Henrique Pott.

Para ser disponibilizado no mercado, os pesquisadores aguardam o interesse de uma empresa que solicite o licenciamento da patente do projeto e produza o dispositivo em larga escala para comercialização.


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