05/07/2018 às 20h30min - Atualizada em 05/07/2018 às 20h30min

EUA começam a taxar produtos chineses à 0h01m desta sexta-feira

Tarifas serão impostas a US$ 34 bi em importados. Pequim deve retaliar

Agência O Globo -
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O presidente da China, Xi Jinping (Foto: Johannes Eisele/Getty Images)

WASHINGTON - A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo tem hora certa para começar. O governo dos Estados Unidos começará a aplicar tarifas extras sobre uma lista de produtos importados da China a partir de 0h01m desta sexta-feira. Nessa primeira etapa, a medida afeta o equivalente a US$ 34 bilhões em itens vendidos pelo país asiático.

 

 

O anúncio da medida foi feito pelo presidente Donald Trump no dia 15 de junho. O plano é aplicar uma taxa adicional de 25% sobre US$ 50 bilhões em produtos chineses — US$ 34 bilhões agora, US$ 16 bilhões em algum momento futuro, ainda não divulgado. A China afirmou que retaliaria “em escala e intensidade iguais”. A expectativa é que sejam taxados US$ 30 bilhões em produtos americanos.

A primeira rodada de taxação a produtos chineses pode ser o começo de uma escalada que pode chegar a US$ 450 bilhões em bens importados pelos EUA, valor que inclui a maior parte dos itens comprados da China. As repercussões dessa movimentação têm preocupado o mercado.

— É um período sombrio para economistas. Estávamos vendo um comércio cada vez mais livre desde a Segunda Guerra Mundial. Agora, vemos uma reversão disso — resumiu David Dollar, pesquisador do Brookings Institution em Washington, em entrevista à Bloomberg TV.

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Empresários, em geral, têm avaliado que uma guerra comercial causa insegurança para todos. No último dia 20 de junho, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, disse que já havia começado a ouvir casos de empresas que estão adiando investimentos e contratações por causa da onda de incertezas.

— Mudanças na política comercial poderias nos fazer questionar a perspectiva (para a economia) — afirmou Powell, em uma palestra em Portugal.

responderam por 40% das exportações totais de Taiwan.

A Hungria, cujo maior parceiro comercial fora da UE é Washington, recebe grandes fluxos de investimentos graças a uma grande base produtiva, particularmente no setor automotivo. Carros e partes de motores de veículos foram duas das maiores exportações do país em 2016, correspondendo a 15% do total.

 

Apesar do temor, também há quem projete que a economia global tem fôlego para resistir a eventuais turbulências causadas pelo conflito. Dados divulgados nesta quinta-feira mostram isso: o índice PMI JPMorgan-Markit, que mede a atividade da indústria, por exemplo, subiu para 54,2 pontos em junho, a máxima dos últimos quatro meses.

“Embora as incertezas tenham claramente aumentado neste ano e imposto riscos ao crescimento, a última leva de indicadores sugere que, no curto prazo, a economia global está resiliente a essas preocupações”, analisa Ben May, diretor de pesquisas globais da Oxford Economics, em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira.


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