05/07/2018 às 20h30min - Atualizada em 05/07/2018 às 20h30min

Tarifas dos EUA contra a China começam no 1º minuto de sexta

Agência O Globo -
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O presidente da China, Xi Jinping (Foto: Johannes Eisele/Getty Images)

WASHINGTON - O presidente Donald Trump confirmou que as tarifas a US$ 34 bilhões de importações chinesas começariam no primeiro minuto de hoje. A medida é o maior ataque até hoje da guerra comercial. que cumpre uma promessa política que pode provocar reações e prejudicar a economia global.

Trump acrescentou que impostos a mais US$ 16 bilhões de bens podem estar a caminho em duas semanas, antes de sugerir que o total final poderia, eventualmente, chegar a US$ 550 bilhões — montante que excede as exportações anuais da China aos EUA.

 

As novas taxas de 25% valem para produtos chineses que vão de arados a semicondutores e peças de aviões. É a primeira vez que os EUA adotam tarifas diretamente direcionadas à China, após meses de acusações de roubo de propriedade intelectual americana e de aumentar injustamente o déficit comercial americano.

A aposta econômica mais arriscada de Trump na presidência poderia se espalhar, agora que entra na perigosa fase de impor custos diretos a empresas e consumidores em todo o mundo. A China prometeu retaliar em itens que vão de soja a carne de porco, o que pode fazer Trump a elevar ainda mais as barreiras.

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— Uma vez que essas tarifas comecem a entrar em prática, fica bem claro que o conflito é real — disse Robert Holleyman, ex-vice-representante de Comércio de Barack Obama e agora sócio do escritório Crowell and Moring. — Se não encontrarmos uma saída, isso vai acelerar como uma bola de neve descendo uma ladeira.

Recentes tarifas americanas sobre aço e alumínio puseram em lados opostos aliados ricos e fizeram com que Canadá e União Europeia reagissem.

 

Empresas americanas icônicas como a Harley-Davidson estão entre as que devem ser afetadas. A fabricante de motos disse que pode tirar a produção dos EUA para evitar os impostos europeus sobre seus produtos.

Empresas americanas que vão de Apple e Walmart à General Motors operam na China, onde querem crescer. Isso dá espaço para o presidente chinês Xi Jinping impor mais barreiras regulatórias caso Trump leve adiante a ameaça de tarifas maiores ao país asiático.

 

 

O impacto das tarifas de US$ 34 bilhões serão “um tanto pequenos”, avalia Ethan Harris, chefe de pesquisa econômica global no Bank of America Merrill Lynch. Mas ele não “vê esta guerra acabando até que haja ‘baixas’”.


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