05/07/2018 às 17h10min - Atualizada em 05/07/2018 às 17h10min

Inovadora, Embraer é dona de 360 patentes, 46 delas obtidas em 2017

Empresa investe 10% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento

Agência O Globo -
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SÃO PAULO. Apontada por especialistas como a empresa mais inovadora do Brasil, a Embraer é dona de uma carteira de 360 patentes, 46 delas obtidas em 2017, segundo dados do relatório anual da empresa. O número de patentes é resultado de uma agressiva estratégia de investimento em pesquisa e desenvolvimento, adotada nos últimos 10 anos. Até 2006, as patentes da Embraer não passavam de 10. Atualmente, dos cerca de US$ 6 bilhões faturados pela empresa, 10% são aplicados em pesquisa de novos produtos e serviços.

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Apenas no ano passado, foram firmados 22 novos acordos de cooperação para desenvolvimento de novas tecnologias. Nos Estados Unidos, onde já mantém unidades em Boston e no Vale do Silício, inaugurou o Embraer Global Business Center em Melbourne, na Flórida, um centro de negócios destinado a facilitar o contato com startups. Foi deste centro de negócios que surgiu, por exemplo, a parceria com o Uber Technologies, que desenvolve um veículo de transporte vertical com a missão de ajudar na busca de solução para mobilidade urbana, com operação comercial prevista para 2023.

Na Alemanha, assinou acordo com o Centro Espacial para pesquisas que melhorem a sustentabilidade e o conforto dos voos, como redução de emissões de gases e de ruídos. No Brasil, inaugurou um centro de tecnologia em Florianópolis, para desenvolver sistemas eletrônicos de uso aeronáutico.

A estratégia de inovação da Embraer é vista nos resultados. Segundo o último relatório anual da companhia, de 2017, 50% da receita vem de produtos e serviços criados nos últimos cinco anos.

Para especialistas, a Boeing sempre cobiçou o setor de engenharia da Embraer, composto hoje por 5 mil engenheiros, responsáveis pela criação de novas aeronaves e conhecidos por sua criatividade e capacidade de solucionar problemas.

Mais jovens do que os engenheiros da Boeing, os engenheiros brasileiros são admirados pelo alto conhecimento técnico e a facilidade como encontram soluções reais e aplicáveis ao dia a dia da aviação.

Há quase 20 anos a Embraer investe num mestrado profissionalizante no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), centro de excelência da engenharia nacional. Cerca de 1.500 engenheiros foram formados pelo programa e boa parte deles foi contratada.

De cargueiro de transporte militar de última geração, o KC-390, a jatos regionais mais silenciosos e menos poluentes, como a família E2, os engenheiros da Embraer buscam diferenciais frente à concorrência. Em geral, costumam apresentar projetos mais econômicos.

Com mais de 1.800 clientes ao redor do mundo e pelo menos 5.600 aviões em operação, a Embraer também passou a usar em 2017 um novo sistema de relacionamento com o mercado comprador. As informações sobre cada um de seus aviões estão agora num único banco de dados - até então, eram 80 bancos de dados. Na época, Johann Bordais, presidente e CEO de Serviços e Suporte da Embraer, afirmou que a missão da equipe "é prever o imprevisível", já que, neste setor, o que menos se espera é a interrupção de operações.

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