05/07/2018 às 15h40min - Atualizada em 05/07/2018 às 15h40min

Ações da Embraer caem quase 15% após anúncio de acordo com a Boeing

É a maior queda nos papéis da empresa em pouco mais de dois anos

Agência O Globo -
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RIO E SÃO PAULO — A reação imediata dos investidores após a foi negativa. Desde a abertura dos negócios, os papéis da fabricante de aviões operam em queda dese abertura dos negócios e recuam quase 15%. O papel cai 14,06%, cotado a R$ 23,16.

No mercado americano, onde os recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) da Embraer são negociados, o pregão também é de queda: 10,23%, com cada ADR a US$ 23,52.

As ações da Boeing, negociadas nos Estados Unidos, estão praticamente estáveis, cotadas a US$ 332,05, o que representa uma variação negativa de 0,01%.

Na avaliação de Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, essa recepção negativa está atrelada não aos termos do memorando de entendimento, mas ao fato de que a efetivação do acordo só deverá ocorrer no ano que vem. Ainda assim, vê como positivo para a Embraer essa joint-venture.

— O acordo vai ser fechado só no ano que vem e era uma operação já conhecida, então os investidores aproveitam para devolver um pouco os ganhos recentes. E o ditado do mercado de que sobe no boato para realizar (cair) no fato — explicou.

De fato, as , o que resultou na (nova empresa) anunciada nesta manhã.

E pelos termos do memorando de entendimentos, o que será criada é uma nova empresa de capital fechado, mas nada muda na Embraer, ou seja, ela continua como uma empresa com ações em bolsa e como não há compra de participação, a empresa não precisa fazer uma oferta pública de ações (OPA) para comprar os papéis dos minoritários - o que ocorreria caso ela tivesse sido vendida.

As duas companhias assinaram memorando de entendimentos que inclui os negócios em aviação comercial, tanto a fabricação de aeronaves quanto os serviços. A transação avalia o negócio de aviação comercial da Embraer em US$ 4,75 bilhões. Assim, a americana vai pagar US$ 3,8 bilhões pela fatia de 80% na nova empresa. A nova empresa terá um portfólio com aeronaves de 70 a 450 lugares.

As empresas afirmaram esperar que o acordo seja finalizado nos próximos meses. Se for aprovado por autoridades regulatórias nos EUA e no Brasil, a transação pode ser fechada até o fim de 2019, preveem analistas. Com isso, pode já gerar ganhos para as duas empresas em 2020.

A Embraer, que é a joia da coroa da indústria brasileira, vai permanecer como uma empresa separada, que produz jatos militares e privados, enquanto receberá receita desta nova parceria. O formato da parceria foi fundamental para convencer o governo brasileiro a dar seu aval para a operação. Além dos negócios em aviação comercial, no entanto, as duas empresas vão criar uma outra joint-venture para promover e desenvolver novas mercados para produtos e serviços na área de Defesa, especialmente a aeronave KC-390.

Lucas Marquiori, analista do Banco Safra, indicou que a primeira leitura do acordo é positiva.


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