28/07/2019 às 14h16min - Atualizada em 28/07/2019 às 14h16min

Barreiras de mercado à comunidade LGBT

Ab Noticia News
Editorial Hoje em Dia
Reprodução

Os problemas do público LGBT não se restringem à violência costumeira e muitas vezes brutal contra seus integrantes no país, considerado um dos lugares do mundo com o maior número de assassinatos de transexuais, por exemplo. 

O preconceito, ainda bastante usual no cotidiano de tais pessoas, também impede boa parte delas de inserir-se e de atuar de forma digna no mercado de trabalho.

Pelo fato de não esconderem suas verdadeiras identidades de gênero e sua sexualidade, elas acabam, muitas vezes, tolhidas de oportunidades de qualificar-se profissionalmente. 

Além disso, como mostrado em reportagem desta edição, não conseguem preencher vagas com salários compatíveis com suas formações ou mesmo obter sucesso em negócios próprios que se pautem por uma maior diversificação – ou que, ao menos, fujam de estereótipos como o mundo do sexo e o setor de estética e de salões de beleza.

A cultura da discriminação contra os LGBTs – algo que, diga-se, costuma começar cedo, tanto no ambiente escolar quanto em casa –, resulta ainda em uma alta taxa de evasão escolar: 82% dos transexuais brasileiros não concluem seus estudos, de acordo com pesquisa recente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

Isso, inegavelmente, aumenta os obstáculos para a entrada no mercado de trabalho.

Outra consequência da discriminação de gênero e sexualidade no Brasil é que mais da metade da comunidade LGBT, segundo levantamento de ONGs que lidam diretamente com o tema, escondem suas identidades e orientações sexuais no trabalho, o que, indiretamente, torna ainda mais difícil a aceitação e a inserção dos que seguem um caminho contrário.

É fato que, pensando justamente em tal público e em seu potencial, muitas empresas já mudaram suas diretrizes e fazem programas específicos de seleção para pessoas que não se enquadrem no padrão binário a que a sociedade se acostumou. Isso, contudo, parece não ser suficiente. 

Para mudar tal estado de coisas, é fundamental que não se abdique, jamais, da luta e do debate a favor da diversidade, não só no meio corporativo ou no chamado mercado de trabalho, mas no dia a dia de todos nós. Preconceito, não! 


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