23/09/2021 às 15h56min - Atualizada em 23/09/2021 às 15h56min

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PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que constam na investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que apura contratações de funcionários fantasmas e prática de “rachadinha” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC) revelaram, pelo menos, sete movimentações financeiras suspeitas de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Saques e depósitos em espécie que coincidiram com datas de vendas de terrenos, movimentação de valores acima da capacidade financeira da ex-chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro e uso de pelo menos sete empresas para, supostamente, ocultar valores indicam, para o MP, que ela foi a “real destinatária” dos salários de sete parentes nomeados por ela na Câmara de Vereadores.

Passaram pelo gabinete de Carlos Bolsonaro dois irmãos, dois cunhados, um primo e duas esposas de primos da ex-esposa do presidente.

O senador já foi denunciado pelo MP, no ano passado, como líder de um esquema de desvio de salários de assessores. A continuidade da investigação está parada por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Desvio de recursos

Para o MP, as informações do Coaf reforçam a hipótese de que quatro empresas diretamente ligadas à ex-esposa de Bolsonaro “possam ter sido utilizadas para ocultação do desvio de recursos públicos oriundos do esquema de “rachadinha” na Câmara de Vereadores”.

Só uma empresa, a Valle Consultoria e Serviços de Seguros, da qual Ana Cristina possuía 90%, registrou 1.185 saques em espécie que totalizam R$ 1,15 milhão entre 2008 e 2014, período analisado pelo Coaf.

A empresa foi aberta em agosto de 2007, quando ela ainda era chefe de gabinete, cargo que exerceu até abril de 2008, quando se separou de Jair Bolsonaro.

Em outras três empresas, também investigadas pelo MP, Ana Cristina aparece como sócia minoritária.

De 2012 a 2014 a empresa teve considerável redução do volume de saques e em 2018 ela teve as atividades encerradas. Ana Cristina é mãe de Jair Renan, o filho “04” do presidente.

Em 2011, Ana Cristina recebeu dois depósitos de R$ 191 mil e R$ 341 mil. De acordo com reportagem do portal UOL, Ana Cristina registrou a venda de terrenos na cidade de Resende, no sul fluminense, no dia desses depósitos.

Outras suspeitas

O Coaf coloca como suspeita uma transferência de R$ 30 mil da conta de uma tia de Ana Cristina que, à época, estava nomeada no gabinete de Flávio Bolsonaro, “em operação sugestiva da prática de ‘rachadinha’”, de acordo com o MP.

Além disso, o órgão de controle informou aos investigadores que o saldo de ativos de Ana Cristina (R$ 602,5 mil), ou seja, o que ela matinha em conta, seria incompatível com sua fonte de renda, e que a movimentação financeira dela pode “configurar a existência de indícios do crime de lavagem de dinheiro”.

Sobre a empresa Totalvox Comunicações, que também pertencia à Ana Cristina, o Coaf apontou movimentações “incompatíveis com a capacidade financeira declarada” e levantou suspeita sobre os depósitos em espécie feitos em “diversas praças, inclusive em regiões geográficas de maior risco (região portuária e comunidade carente do Rio de Janeiro).

As informações do Coaf e do MP lastreiam o pedido de quebra dos sigilos bancário e fiscal de Ana Cristina Valle, Carlos Bolsonaro e outras 24 pessoas. A Justiça autorizou o afastamento dos sigilos no dia 24 de maio neste ano.

Investigados se defendem

O advogado Magnum Roberto Cardoso, que defende Ana Cristina, informou que “em razão do sigilo das investigações apenas se manifestará nos autos do processo”.

O advogado Antônio Carlos Fonseca, que defende o vereador Carlos Bolsonaro, também disse que não pode comentar o processo em razão do sigilo determinado pela Justiça.

Em nota, a defesa do vereador informou que “tomou conhecimento pela imprensa de que teriam sido realizados depoimentos na investigação conduzida pelo Ministério Público na data de ontem, este fato comprova, mais uma vez, que informações de um processo que tramita em segredo de Justiça estão vazando de forma dolosa, com o propósito de atacar a imagem das pessoas envolvidas na investigação”.

Em nota, os advogados Luciana Pires, Rodrigo Roca e Juliana Bierrenbach, que defendem o senador Flávio Bolsonaro afirmaram que “a defesa do senador Flávio Bolsonaro afirma que o parlamentar desconhece supostas irregularidades que possam ter sido praticadas por ex-servidores da Alerj ou possíveis acertos financeiros que eventualmente tenham sido firmados entre esses profissionais. O parlamentar sempre seguiu as regras da assembleia legislativa e tem sido vítima de uma campanha de difamação”.

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