31/08/2021 às 13h34min - Atualizada em 31/08/2021 às 13h34min

Para enfrentar a variante Delta melhor se garantir com máscara PFF2

Essas máscaras devem ser trocadas a cada semana.

AB NOTICIAS NEWS
Agência Brasil
LUIDGI CARVALHO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Desde que o laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) detectou na última quinta (26), por meio de sequenciamento genético, três amostras da variante indiana da Covid-19 (Delta) e uma sul-africana (Beta) no Estado, muitas medidas foram tomadas. Entre elas, o início imediato da terceira dose da vacina em todos os municípios que já alcançaram a faixa etária de 18 anos e a liberação de imunizante para menores  sem comorbidades nascidos até fevereiro de 2004. Mas, afinal por que devemos ter cautela com essa variante? Especialistas dizem que ela é transmitida mais facilmente, podendo inclusive  provocar uma nova crise sanitária no país. A saída é a vacinação completa e o uso de máscaras de preferência N95 /PFF2.

A  Delta é uma das variantes do Sars-CoV-2 que apresenta mutações genéticas múltiplas que a tornam mais transmissível. É da linhagem B.1.617.2 do vírus da Covid-19. Segundo alguns estudos preliminares, a variante Delta pode ser de 50% a 100% mais transmissível do que as demais cepas do Sars-Cov-2. Ela já é considerada predominante em alguns países, como Índia, Reino Unido, Israel, México, Bélgica e Estados Unidos.

 “Ela é uma variante que preocupa, porque é mais transmissível que as outras, uma pessoa contaminada passa mais rápido, principalmente para as pessoas não vacinadas. As pessoas vacinadas têm sim proteção para a variante Delta, mas precisam estar com o calendário de vacinação completo, ou seja, ter tomado as duas doses  e esperado por mais 14 dias. Em  Segundo lugar a Delta coloca mais pessoas  nos hospitais então acaba provocando um quadro um pouco mais  grave.  A gente ainda não sabe se a letalidade dela, sua capacidade de matar é maior que das outras variantes, então isso preocupa, pois  pode  sobrecarregar o sistema de saúde” , constata o infectologista Antônio Bandeira, coordenador de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Aeroporto.

O infectologista ainda alerta que além disso existe uma terceira preocupação pois a variante Delta também é facilmente transmitida  entre  os adolescentes e por isso requer que tenham muito cuidado.

“Em terceiro lugar porque a variante delta ela diferentemente das outras  se transmite em adolescente principalmente menores de 15 anos. Por essas três razões , a Delta é preocupante e  por isso não se  pode deixar  que assuma a liderança aqui entre nós.  A forma de fazer isso é usando as máscaras  N95/ PFF2 ou cirúrgicas. Essas máscaras devem ser trocadas  a cada semana.  Além disso, é preciso  buscar a vacinação logo . Quem estiver com idade acima de 80 tem que tomar a terceira dose, com  menos de  18 se vacinar assim que for liberado o calendário e usar as máscaras. É preciso criar  um cordão de isolamento contra a variante Delta. ”

Os principais sinais e sintomas são febre, dor de cabeça, coriza e dor de garganta. Com a variante  Delta, os casos têm menor ocorrência de tosse e perda de paladar e olfato. Esse quadro pode ser confundido com um resfriado comum, o que acaba levando muitas pessoas a não procurar atendimento e à possibilidade de contaminar outras sem saber que estão com Covid-19. É importante fazer os testes de detecção para estabelecer o diagnóstico correto.

Todas as vacinas conseguem evitar o aumento do número de casos graves em duas doses , com exceção da vacina da Janssen, que é dose única. As pessoas que já receberam o esquema completo de vacinação e venham a ser contaminadas pelo vírus certamente terão sintomas mais leves.

Como medida de contenção, a SESAB  está realizando  o rastreamento por meio de teste de antígeno e RT-PCR nas regiões onde foram detectadas as variantes. Todos os pacientes internados nas UTIs com Covid-19 terão amostras colhidas e sequenciadas para identificação do tipo da variante.  Apesar da detecção dessas variantes, a Gamma (antiga P.1, originária em Manaus) ainda é responsável por quase 80% das infecções no estado.

O Lacen-BA analisou amostras de mais de 150 municípios dos nove Núcleos Regionais de Saúde. Em 11 meses, já realizou 520 exames de sequenciamento genético do vírus da Covid-19.  A detecção de três amostras da variante Delta e uma Beta, também foi  por meio de sequenciamento genético sendo que um caso foi registrado em Feira de Santana, outro em Vereda e outros dois foram de tripulantes de um navio estrangeiro em isolamento. Um deles,  43 anos, morador do Rio de Janeiro faleceu.

A SESAB informou  que o sistema de saúde baiano está preparado para enfrentar as consequências da variante delta, caso ela se espalhe por aqui.

 “ O Estado tem cerca de 3 mil leitos de Covid-19 ativos e uma taxa de ocupação média de 35%. São 1.070 leitos para UTI e 378 pacientes internados. Até o momento, são três casos confirmados e uma morte pela variante. Caso seja necessário, o Estado pode voltar a adotar medidas ainda mais restritivas”, disse a titular em exercício da Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB), Tereza Paim.


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