A BlackRock decidiu reduzir para 0,10% ao ano a taxa de administração cobrada pela aquisição do BOVA11, que replica o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira. A decisão foi anunciada nesta segunda (30) e ocorre em meio ao acirramento da competitividade no mercado de Exchange Traded Fund, ou fundos de índices (ETFs).
Anteriormente, o BOVA11 tinha uma taxa de administração de 0,30% cobrada pela gestora. Segundo a BlackRock, a decisão reflete “o crescimento contínuo da BlackRock e a capacidade de alavancar a escala para o benefício dos clientes”.
“Embora estejamos satisfeitos em poder fazer esta mudança para nossos clientes, sabemos que o preço não é o único fator que eles consideram”, afirma Daniel Lobo, estrategista de ETFs da BlackRock no Brasil.
“Outros aspectos, como qualidade e liquidez são igualmente importantes, e o BOVA11 é o ETF de Ibovespa mais líquido do mercado, negociando cerca de duas vezes mais do que todos os outros ETFs Ibovespa nos últimos 20 dias”, acrescenta.
O ETF é pioneiro no mercado brasileiro, sendo lançado em 2008 com cobrança de 0,54% ao ano de taxa de administração.
Depois de cerca de 13 anos de vida, o ativo ainda é o maior do seu segmento no mercado doméstico, com R$ 14,36 bilhões sob gestão.
Segundo levantamento recente da Kinvo, divulgado neste mês de agosto, o fundo de índice está presente em 9,1% das carteiras, com um volume de 3,1%.
“Este é um ETF que visa replicar a movimentação do Ibov. É uma maneira interessante de ter uma cesta de ações sem a necessidade de comprar todas elas. Para efeito de comparação, enquanto o Ibovespa fechou julho com valorização de 2,34% no ano, o fundo BOVA11 teve valorização de 2,15% no mesmo período”, afirma Beto Assad, analista de ações e consultor financeiro da Kinvo.
Com uma competitividade cada vez maior, os ETFs estão com suas taxas de administração cada vez menores. No dia 26 de julho, a XP chegou a zerar a cobrança anual do BOVX11, o seu ETF de Ibovespa.
Isso, contudo, até que o fundo atinja R$ 1 bilhão sobre gestão – pouco menos do triplo do que há sob o guarda-chuva da XP com o fundo de índice.
A média de cobrança pelo ETF de Ibovespa era de 0,45% ao ano em 2017, sendo de 0,21% atuais – número que sofre com a redução recente da maioria das corretoras. Confira como cada uma cobra pela gestão:
Com o movimento recente de redução da taxa do BOVA11, a disputa pelos novos investidores (que são recomendados a começar pelos ETFs) fica ainda maior. Agora, o fundo de índice da BlackRock torna-se menos caro ao investidor do que a média do mercado, porém ainda fica atrás da XP e do BTG (BPAC11), que seguem na batalha pela gestão do patrimônio dos novatos na bolsa.