Muitos médicos são acusados por assediar mulheres no ato da consulta e em alguns casos, o crime não chega ao conhecimento das autoridades por falta de denúncias das vítimas. Recentemente, a 1ª Delegacia Territorial (DT/Barris) instaurou inquérito para apurar uma denúncia de importunação sexual sofrida por mãe e filha, no dia 16 de agosto, numa clínica de dermatologia, no bairro do Canela, em Salvador.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas registraram ocorrência na unidade, acusando o médico dermatologista Carlos Soares, 74 anos, de assediá-las durante uma consulta. Elas foram ouvidas e apresentaram gravações em áudios que comprovaram o assédio. O procedimento já foi concluído, com a prisão preventiva do suspeito solicitada à Justiça pelo crime de importunação sexual.
Em entrevista a um veículo local, a vítima de 40 anos, relata que o médico teria apalpado suas nádegas, chegando a rasgar sua roupa, além de forçá-la tocar em seu órgão genital.
Segundo dados do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), em 2020, foram 363 sindicâncias instauradas, nas quais duas foram relacionadas a assédio sexual e ambas arquivadas em decisão colegiada após apuração dos fatos.
Este ano, 195 sindicâncias foram instauradas no Cremeb, sendo duas relacionadas a assédio sexual e ambas encontram-se em fase de diligências. Dos três processos éticos julgados sobre o assunto no período (2020 e 2021), dois médicos foram absolvidos e um teve a decisão de cassação pelo colegiado, cabendo ainda recurso.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), afirma está tomando as medidas pertinentes sobre o caso que tem sido referido pela imprensa. A sindicância e se for o caso, o eventual Processo Ético-Profissional tem curso sigiloso como determinado em lei, e ratifica que o Conselho tem trabalhado continuamente por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da medicina, pelo bom conceito da profissão e dos que a exercem legalmente.