29/07/2021 às 12h34min - Atualizada em 29/07/2021 às 12h34min

Julho Amarelo conscientiza população sobre as hepatites virais

A hepatite tem uma vacina específica, disponibilizada gratuitamente no SUS e que protege contra a maioria dos tipos

AB NOTICIAS NEWS
TRIBUNA DA BAHIA
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Uma doença silenciosa, que por vezes não manifesta sintomas, mas com o poder de comprometer a operação de um dos órgãos mais importantes do corpo. Assim são as hepatites, inflamações que acometem o fígado e causam alterações leves, moderadas ou graves. Para despertar a consciência da população quanto à prevenção e tratamento da doença, que possui cinco tipos diferentes (A, B, C, D, E), foi instituído o Julho Amarelo, com ações e atividades para fortalecer a vigilância, prevenção e controle das hepatites. “Independentemente do tipo de vírus que leve a hepatite, a maioria dos pacientes não apresenta sintoma. Podem levar anos como portadores crônicos dos vírus B e C, porém completamente assintomáticos”, explica a Dra. Lourianne Cavalgante, gastro-hepatologista do Itaigara Memorial Hospital Dia. A descoberta acaba acontecendo através de exames específicos. Ela diz que 10% dos pacientes adultos podem evoluir para um estágio crônico da doença. 

Quando os sintomas aparecem, podem se apresentar como febre, cansaço, mal-estar, tontura, enjôo, vômitos, dor abdominal, icterícia (amarelamento da pele e olhos) e alterações nas fezes e na urina. As causas variam de acordo com o tipo da hepatite; o tipo A, mais diretamente ligado às condições sanitárias e de higiene, costuma ser o mais comum; o tipo E também se dá por falta de higienização adequada. “O vírus da hepatite A tem a via de contaminação fecal-oral, ou seja, a contaminação ocorre ao ingerir alimentos e água contaminadas, tendo importante relação com condições sanitárias precárias. Mas o corpo elimina o vírus e a maioria das pessoas terão quadros leves”, diz a especialista.  

Já a hepatite B é transmitida através do contato sexual desprotegido e por sangue contaminado; no caso de gestantes, a infecção pode ser transmitida para o bebê, assim como no tipo C. Finalmente, o tipo D (delta) costuma ter mais prevalência no Norte do Brasil e precisa do tipo B para sua existência. “Infelizmente não existe vacina para hepatite C. Além de evitar as formas de contaminação, identificar os possíveis infectados assintomáticos com o diagnóstico precoce e tratá-los, é a melhor forma de evitar a progressão da doença para cirrose, câncer de fígado ou necessidade de transplante hepático”

A hepatite tem uma vacina específica, disponibilizada gratuitamente no SUS e que protege contra a maioria dos tipos, podendo ser tomada por pessoas a partir dos 12 meses de idade. O teste rápido para a detecção pode ser encontrado gratuitamente nos postos de saúde, e todos os indivíduos acima dos 40 anos, independentemente de comorbidades, devem fazer o exame para prevenção. Além disso, cuidados como uso de preservativo a cada relação sexual, a higienização de alimentos e objetos, e evitar o compartilhamento de objetos pessoais como seringas, lâminas de barbear e tesouras fazem a diferença para a prevenção. O tratamento depende do tipo de hepatite com a qual o paciente está lidando, com a predominância de comprimidos de via oral. “A hepatite C pode ser curada com tratamento medicamentoso antiviral, chamados antivirais de ação direta (DAA). Tratam-se de medicamentos de elevada eficácia, duração média de 12 semanas e com chance de cura (resposta virológica sustentada) em mais de 95% dos casos, com chance baixa de eventos adversos. Os DAA aumentam as possibilidades de tratamento, contemplando desde pacientes virgens de tratamento, aqueles tratados com esquema prévio e sem resposta terapêutica, além de pacientes no pós-transplante hepático. As medicações são disponibilizadas pelo SUS para todos os pacientes com diagnóstico de hepatite crônica C encaminhados para tratamento”, orienta a gastro-hepatologista.


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