O Sargento da Polícia do Capitólio Aquilino Gonell, um veterano de combate das forças armadas dos EUA no Iraque, disse que foi agredido por atacantes armados e sofreu vários ferimentos que exigiram hospitalização.
“No Iraque, esperávamos violência armada, porque estávamos em uma zona de guerra. Nada em minha experiência como militar ou como policial me preparou para o que enfrentamos em 6 de janeiro”, declarou ele na audiência na Câmara dos Deputados.
Aquilino Gonell, Sargento da Polícia do Capitólio, na abertura da investigação da Comissão Parlamentar sobre a invasão de 6 de janeiro, no Congresso dos Estados Unidos, em Washington, em 27 de julho de 2021
“É assim que vou morrer, defendendo esta entrada”, lembra-se de ter pensado.
"Eu poderia ter perdido a vida naquele dia. Não uma, mas muitas vezes", concluiu.
O oficial da Polícia Metropolitana de Washington Michael Fanone,classificou a invasão, que visava impedir o Congresso de certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais, como "nada menos que brutal".
“Eles me agarraram, golpearam, me eletrocutaram. Tudo isso enquanto me chamavam de traidor de meu país”, disse ele.
“Em algum momento durante os distúrbios, me puxaram da fila de agentes para a multidão”, lembrou.
"Arrancaram meu distintivo (...) Apreenderam a munição que estava presa ao meu corpo. Eles começaram a me bater com os punhos e com o que pareciam ser objetos de metal duro", disse Fanone, que sofreu uma forte concussão no ataque.Um atacante "repetidamente se lançou sobre mim e tentou pegar minha arma de fogo. Eu ouvi gritos de alguns na multidão, 'pegue sua arma e o mate com sua própria arma'", disse ele, ao denunciar a negação de Trump sobre o que aconteceu naquele dia.
"A indiferença demonstrada aos meus colegas é vergonhosa", acrescentou.
O oficial da Polícia Metropolitana de Washington, Daniel Hodges, que foi filmado sendo imprensado contra o batente de uma porta, gritando por socorro, enquanto os agressores lutavam para entrar no Capitólio, os chamou de "terroristas".
"Os terroristas tinham uma parede de escudos que roubaram dos policiais, assim como cassetetes roubados".
Daniel Hodges, oficial del Departamento de Policía Metropolitana, presta testimonio en la apertura de la investigación del Comité parlamentario sobre la invasión del 6 de enero, en el Congreso de EEUU, en Washington el 27 de julio de 2021.
"Meus braços estavam imobilizados e efetivamente inúteis (...) Eu estava efetivamente indefeso", lembrou ele. "Um homem vê a oportunidade da minha vulnerabilidade, agarrou a frente da minha máscara de gás e a usou para bater minha cabeça contra a porta".
"O homem na minha frente pegou meu cassetete (...) Me bateu na cabeça e no rosto com ele, abrindo meu lábio e causando ferimentos adicionais no meu crânio (...) Eu fiz a única coisa que podia fazer: gritar para obter ajuda".
"Até então, eu nunca tinha visto ninguém agredir fisicamente um oficial da Polícia do Capitólio ou do MPD. Muito menos presenciar ataques massivos contra policiais", disse ele.
"Fui testemunha de como os manifestantes usaram todo tipo de arma contra os policiais, incluindo mastros de bandeiras, bicicletários de metal que haviam destruído e vários tipos de projéteis”, explicou o agente.
A comissão parlamentar de inquérito que investiga a invasão do Capitólio em janeiro, nos Estados Unidos, começou seus trabalhos nesta segunda-feira. Policias que estavam de serviço na ocasião narraram momentos de terror e pânico ao tentar conter partidários do ex-presidente republicano Donald Trump.
"Ninguém jamais me chamou de (epíteto) enquanto usava o uniforme de policial do Capitólio", lamentou.
"Nunca mais podemos permitir que nossa democracia seja ameaçada como aconteceu em 6 de janeiro", disse ele.