27/07/2021 às 12h38min - Atualizada em 27/07/2021 às 12h38min

‘Carta branca’ para Moro, Centrão e número de ministérios: relembre as vezes em que Bolsonaro recuou no discurso

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Jorge William / Agência O Globo

Após garantir diversas vezes que vetaria o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, o presidente Jair Bolsonaro recuou. Nesta segunda-feira, ele disse que pretende se opor apenas a um “valor extra”, sinalizando a instituição do fundo com cerca de R$ 4 bilhões para as eleições de 2022, o dobro do valor do pleito de 2020. Mas esta não é a primeira vez que o chefe do Executivo muda de opinião sobre temas importantes desde que foi eleito para ocupar o cargo.

No mais recente episódio, Bolsonaro chancelou a aproximação com o Centrão - grupo alvo de duras críticas durante a campanha presidencial de 2018 - com a indicação de Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil. Enquanto tentava conquistar os eleitores, Bolsonaro também garantiu carta branca para o então juiz Sergio Moro aceitar a vaga de ministro da Justiça. O “casamento”, entretanto, terminou em divórcio após o presidente determinar a substituição do diretor da Polícia Federal.

Veja outras vezes em que o presidente ‘rasgou’ o discurso:

Carta branca para Moro

Em novembro de 2018, após o então juiz Sergio Moro aceitar ser ministro da Justiça, Bolsonaro prometeu que ele teria “liberdade total” e “carta branca” na pasta. Entretanto, o ministro pediu demissão do cargo em abril de 2020 após o presidente determinar a substituição do diretor da Polícia Federal.

Fundo eleitoral

Em 2019, Bolsonaro chegou a afirmar que a “tendência” era que ele vetasse o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões, definido para o pleito do ano seguinte. Entretanto, o presidente voltou atrás e disse que, se não sancionasse o texto, poderia ser acusado de crime de responsabilidade.

Agora, repetiu diversas vezes que vetaria o fundo de R$ 5,7 bilhões, mas sinalizou que pode concordar com uma redução para R$ 4 bilhões.

Reeleição e reforma política

Durante a campanha à Presidência da República, Bolsonaro afirmou que pretendia fazer uma reforma política que acabaria com a reeleição. Já no governo, jogou a responsabilidade da reforma ao Congresso e passou a dizer publicamente que pode ser candidato nas eleições do ano que vem.

Centrão no governo

Também na campanha, Bolsonaro criticava o Centrão e afirmou que não negociaria ministérios em troca de apoio no Congresso. O presidente começou a aceitar indicações dos partidos no segundo escalão no ano passado, e sacramentou a aliança neste ano ao colocar nomes do grupo em ministérios como Casa Civil (Ciro Nogueira, do PP), Secretaria de Governo (Flávia Arruda, do PL) e Ministério da Cidadania (João Roma, do Republicanos).

Privatização da EBC

Bolsonaro prometeu durante a campanha, e reforçou quando já estava no Palácio do Planalto, que privatizaria a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Em abril, a empresa foi incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND), mas o processo não avançou desde então.

Número de ministérios

Enquanto pedia votos em 2018, Bolsonaro afirmou que, se fosse eleito, seu governo teria “no máximo” 15 ministérios. Entretanto, a gestão começou com 22 pastas, número que subiu com a recriação do Ministério das Comunicações. O número voltou a 22 com a autonomia do Banco Central, mas aumentará novamente com a anunciada recriação do Ministério do Emprego e Previdência que, até então era uma secretaria do Ministério da Economia.


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