26/07/2021 às 15h39min - Atualizada em 26/07/2021 às 15h39min

Com nomeação de Ciro Nogueira, governo está mais próximo do Centrão

Ciro Nogueira, senador do Centrão, vai comandar a Casa Civil de Bolsonaro

AB NOTICIAS NEWS
Correio Braziliense
Reprodução

O governo do presidente Jair Bolsonaro ficou conhecido, entre outras particularidades, por ser estruturado em diferentes alas. Nelas, a disputa por espaço é uma constante. Cada grupo desses, seja ideológico, seja econômico ou militar, teve seus dias de protagonismo, até ser escanteado pela crise da vez, ou “atropelado”, na expressão usada pelo general Luiz Eduardo Ramos, atual chefe da Casa Civil, ao saber que, com outros fardados, estava sendo ejetado da articulação política. A partir de agora, a relação com o Congresso estará nas mãos dos caciques dos partidos que compõem o Centrão, a mais nova ala desta gestão, mas uma velha conhecida nos bastidores das negociações do poder em Brasília.

A saída do general Ramos da Casa Civil, na minirreforma ministerial que Bolsonaro deve formalizar nesta semana, é o desfecho mais recente dessa disputa por espaços dentro do governo. O militar será substituído no cargo pelo presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), uma das principais lideranças do Centrão — bloco que, em troca de cargos e outras benesses da máquina pública, deu também sustentação a governos anteriores, como os dos então presidentes Michel Temer (MDB), Dilma Rousseff (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Ao longo de todo esse tempo, o Centrão vem atuando como o fiel da balança na relação do Congresso com o Executivo. Sua atuação foi determinante, por exemplo, para manter ou tirar presidentes do cargo, aprovar ou rejeitar reformas e estabelecer o ritmo da pauta de votações, principalmente quando o governo tem dificuldades em construir uma base parlamentar.

O general Ramos foi o último entre os militares abatidos pelas pressões do Centrão para assumir o controle da articulação com o Congresso, às quais Bolsonaro — desgastado com as investigações da CPI da Covid, com baixos índices de popularidade e alvo de mais de 130 pedidos de impeachment na Câmara — foi obrigado a se curvar. Nessas voltas que a política dá, hoje a sobrevivência do mandato do presidente depende diretamente da “velha política” e do “toma lá dá cá” que ele havia prometido extinguir e que são o principal modus operandi do Centrão.

À frente da Casa Civil, o coração do governo, o senador Ciro Nogueira vai reforçar a presença do bloco partidário no seleto grupo de ministros que despacham no Palácio do Planalto. Antes dele, já havia tomado posse, como ministra da Secretaria de Governo, a deputada Flávia Arruda (PL-DF), levada ao cargo pelas mãos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que tem demonstrado fidelidade a Bolsonaro. Um dos principais caciques do Centrão, o deputado é responsável, entre outras competências, por determinar o início da tramitação dos pedidos de impeachment contra o presidente da República.

 


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