26/07/2021 às 15h39min - Atualizada em 26/07/2021 às 15h39min

Disputa por fundo eleitoral ameaça candidaturas à Presidência

A divisão dos recursos já mobiliza caciques e foi o combustível de uma crise interna no PSDB, por exemplo.

AB NOTICIAS NEWS
TRIBUNA DA BAHIA
Evaristo Sá / AFP

A aprovação no Congresso Nacional de um fundo eleitoral “turbinado”, de R$ 5,7 bilhões, acirrou uma disputa nos partidos entre os líderes e dirigentes que defendem e os que são contra candidaturas próprias à Presidência. O montante crescente de dinheiro público nas eleições não necessariamente beneficia o lançamento de nomes na corrida pelo Palácio do Planalto em 2022. A divisão dos recursos já mobiliza caciques e foi o combustível de uma crise interna no PSDB, por exemplo.

Como o fundo é proporcional ao número de deputados, a leitura no meio político é que os parlamentares terão prioridade total sobre candidaturas ao Executivo na hora de distribuir os recursos. O presidente Jair Bolsonaro disse que vetará o valor de R$ 5,7 bilhões, mas a expectativa no Congresso é que o montante chegue a R$ 4 bilhões, ou seja, o dobro do gasto das eleições municipais de 2020, que foi de R$ 2,035 bilhões.

Integrantes do DEM, PSL e MDB, legendas que lançaram pré-candidatos na disputa, reconhecem que não há disposição para abrir o cofre em uma eventual disputa ao Palácio do Planalto. “Não adianta figurar na eleição presidencial se não construir uma participação expressiva no Parlamento. Muitos partidos estão colocando nomes para participar do debate, mas esse processo vai se afunilar fatalmente. Todos os partidos têm o objetivo de ampliar a bancada”, disse o ex-ministro da Educação e ex-deputado Mendonça Filho, que integra a direção do DEM, partido que coloca o nome de Luiz Henrique Mandetta como pré-candidato. Em 2022, Mendonça vai disputar uma vaga de deputado federal em Pernambuco.

O MDB e o PSL, que são ao lado do PT donos das maiores fatias do fundo eleitoral, planejam estar juntos na disputa presidencial do ano que vem. O MDB lançou a senadora Simone Tebet (MT) e o PSL o apresentador José Luiz Datena, mas nos bastidores as duas partes falam em uma combinação: o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar, seria vice de Tebet, e Datena disputaria o Senado em São Paulo. O acordo já esbarra, porém, em um impasse: ninguém quer pagar a conta de uma eleição majoritária.

Em 2018, o MDB só lançou Henrique Meirelles à Presidência porque não precisou gastar nada do seu fundo, que foi usado para abastecer majoritariamente campanhas para deputado. “Nosso foco principal é eleger uma bancada forte de deputados federais. Temos que concentrar esforços nisso. Todos têm que ser contemplados. Temos hoje 53 e queremos voltar pelo menos ao mesmo número”, disse o deputado federal Junior Bozzella (SP), que integra a executiva nacional do PSL.

 


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