22/07/2021 às 14h26min - Atualizada em 22/07/2021 às 14h26min

BCE confirma política expansiva, em meio a ameaças à recuperação

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Agência AFP
Reprodução/AFP
O Banco Central Europeu (BCE) confirmou nesta quinta-feira sua política monetária expansiva, em consonância com sua recente revisão da meta de inflação e em um contexto de crescimento de casos de covid-19 que ameaça a recuperação no bloco. 

Esta é a primeira reunião de política monetária da instituição desde a modificação, no início de julho, de suas metas de inflação. Como se esperava, o BCE manteve suas medidas anticrise.

Com isso, as principais taxas de juros permanecem em seu nível mais baixo, em particular o juro negativo de 0,5% sobre depósitos dos bancos no BCE de dinheiro que não circula na economia.

Já o plano de emergência PEPP, lançado em março de 2020 em resposta à pandemia da covid-19, segue com a dotação de 1,85 trilhão de euros (2,18 trilhões de dólares), destinados à compra de dívida privada e pública para manter condições favoráveis de financiamento.

Este programa está previsto para durar, "no mínimo", até março de 2022, ou até que o conselho de governadores da instituição "considere que a crise do coronavírus acabou".

Com o aumento de casos de covid-19, a hora de pôr fim a esta política monetária parece estar distante.

- Preocupação com variantes -

"A recuperação da economia da zona euro está no bom caminho", declarou a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista coletiva.

"Mas a pandemia continua a lançar uma sombra, sobretudo, porque a variante Delta é uma fonte crescente de incerteza", ressaltou. 

Também nesta quinta, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar preocupada com a dinâmica "exponencial" das novas infecções no país, em particular pelo avanço da variante Delta, e pediu que a população que se vacine.

Neste contexto de incertezas, o BCE anunciou há 15 dias o abandono de sua meta de inflação "abaixo, mas perto de 2% no médio prazo", a qual foi mantida durante 18 anos, em concessão ao Bundesbank alemão, firme no controle dos preços. 

A nova meta, elevada para 2% e sempre a médio prazo, é mais simples e flexível. 

Na prática, o BCE não reagirá aos desvios acima, ou abaixo, da meta, enquanto se mantiverem moderados e temporários. Ambos os critérios já estão provocando polêmica quanto a sua interpretação. 

Após a unanimidade a favor desta revisão, podem surgir divergências entre os banqueiros da eurozona sobre a trajetória esperada das taxas de juros e das compras de ativos.

Por enquanto, o BCE mantém sua política expansionista, por considerar que a recente alta de preços, após anos de queda, é temporária e porque espera que a inflação volte a 1,4% em 2023, algo bem longe de sua meta.

A taxa de inflação anual da zona do euro caiu ligeiramente em junho, a 1,9%, depois de chegar a 2%, em maio. Excluindo-se os preços da energia e dos alimentos, o agregado se situou em apenas 0,9%, o que reflete as baixas pressões inflacionárias, em particular dos salários.

As pressões sobre o índice geral de preços costumam fazer os mercados financeiros temerem um aumento nas taxas de juros.

Em sua nova estratégia, porém, o BCE afirma que, se a economia se aproximar de um mínimo, a política monetária terá de reagir com "força" e com "persistência" para evitar que o aumento dos preços se afaste da meta.


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