"Os dirigentes estão satisfeitos de verem que a construção do Nord Stream 2 está prestes a ser concluída", declarou o Kremlin em comunicado após uma conversa telefônica entre Putin e Merkel.
Durante a ligação, Putin pediu à Alemanha que "se comprometesse" com o projeto, que é "puramente comercial" e visa fortalecer a segurança energética da Alemanha e da União Europeia, observou o governo russo.
Anteriormente, os Estados Unidos anunciaram que chegaram a um acordo com a Alemanha sobre o polêmico gasoduto que ameaça a Rússia com sanções e busca incluir a Ucrânia no tráfego de gás.
Victoria Nuland, subsecretária de Estado para assuntos políticos dos EUA, disse em uma audiência no Senado que "esta é uma situação ruim e um gasoduto ruim, mas precisamos proteger a Ucrânia e acho que temos que dar passos significativos nessa direção".
O presidente Joe Biden, que na semana passada recebeu Merkel, removeu a maioria das sanções contra o Nord Stream exigidas pelo Congresso. Ele alegou que a obra está quase finalizada e que seria melhor trabalhar junto com a Alemanha.
O gasoduto que atravessa o Báltico é firmemente rejeitado pela Ucrânia, que desde 2014 luta contra os separatistas russos e afirma ser vital que o gás russo passe por seu território.
"A Alemanha garantiu neste acordo que se a Rússia tentar usar energia como arma ou cometer atos agressivos contra a Ucrânia, a Alemanha agirá a nível nacional e pressionará por medidas eficazes a nível europeu, incluindo sanções que limitem a capacidade de exportação russa para a Europa no setor de energia", explicou Nuland.
Ela acrescentou que a Alemanha também concordou em trabalhar com os Estados Unidos para pressionar a Rússia a prorrogar por 10 anos um acordo de trânsito pela Ucrânia que expirará no fim de 2024.
O gasoduto duplicará o fornecimento de gás para a Alemanha, mas o projeto tem sido contestado pelos Estados Unidos e vários países europeus que argumentam que aumentarão a dependência energética da Rússia e sua influência geopolítica.
"O presidente russo e a chanceler alemã discutiram a possibilidade de estender o acordo entre a Gazprom e a ucraniana Naftogaz para o trânsito de gás através do território ucraniano para além de 2024", disse o Kremlin.