21/07/2021 às 10h49min - Atualizada em 21/07/2021 às 10h49min

Proxalutamida: a nova droga defendida por Bolsonaro contra a covid

No estudo, os pesquisadores argumentam que a taxa de hospitalização em homens tratados com a proxalutamida foi reduzida em 91% em comparação com os tratamentos convencionais.

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Depois da cloroquina e da ivermectina, outro remédio sem eficácia comprovada por estudos foi exaltado pelo presidente Jair Bolsonaro contra a Covid-19: a proxalutamida.

"Tem uma coisa que eu acompanho há algum tempo e nós temos que estudar aqui no Brasil. Chama-se proxalutamida. Já tem uns meses que isso aí, não está no mercado, é uma droga ainda em estudo" e "existe no Brasil de forma não comprovada cientificamente", afirmou Bolsonaro, ao receber alta hospitalar no último domingo (18).

A proxalutamida é um bloqueador de andrógenos (hormônios masculinos como testosterona) ainda sob testes e apontado como droga experimental contra câncer de próstata. Ele é manufaturado na China, mas ainda não é comercializado.

O remédio ganhou holofotes após a divulgação de um estudo entre março e junho, à época em fase pré-print — ou seja, antes da revisão por outros cientistas —, realizado por pesquisadores brasileiros e de outros países. Eles dizem que, em um grupo de pacientes hospitalizados com Covid-19, a mortalidade após o uso da proxalutamida foi 77% menor ao longo de 28 dias.

Os autores publicaram suas conclusões na segunda-feira (19) em estudo (já revisado por pares) no periódico Frontiers in Medicine, após ter sido rejeitado por publicações científicas de prestígio, como The New England Journal of Medicine e The Lancet. No estudo, os pesquisadores argumentam que a taxa de hospitalização em homens tratados com a proxalutamida foi reduzida em 91% em comparação com os tratamentos convencionais.


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