15/07/2021 às 14h12min - Atualizada em 15/07/2021 às 14h12min

Dia do Comerciante traz desafios e esperança

Agora, expectativa é de retomada do ritmo de vendas

AB NOTICIAS NEWS
TRIBUNA DA BAHIA
Romildo de Jesus

Além do inegável impacto no sistema de saúde, a chegada do novo coronavírus causou um sem-número de prejuízos para a vida econômica das cidades, que colecionaram prejuízos e demissões durante os dezesseis meses da crise sanitária. A situação foi ainda mais danosa para os micro e pequenos comerciantes, nocauteados pelas dívidas e caixas vazios. Entretanto, a última pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) mostra uma reação do setor comercial. Neste mês de maio, o mercado cresceu 57,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, e teve um incremento de 7,9% se comparado com 2019, durante o ‘velho normal’. Com a flexibilização das atividades e o avanço da vacinação, o otimismo é a palavra de ordem para a entidade. “Acredito que teremos um segundo semestre mais positivo, a partir de agosto e setembro. Esperamos que no Natal o Papai Noel traga um saco bem mais gordo para todos os comerciantes”, brincou Carlos Andrade, presidente da Fecomércio.

Muitos não sabem, mas o comerciante tem um dia só seu, comemorado nesta sexta-feira (16). O Dia do Comerciante é uma homenagem ao economista, historiador, político e jurista baiano Visconde de Cayru, nascido no dia 16 de julho de 1756, cuja atuação foi de grande importância na abertura dos portos brasileiros para as Nações Amigas, e responsável por promover importantes reformas econômicas. Em reconhecimento ao empreendedorismo e dedicação ao setor, a Fecomércio-BA elege o Comerciante do Ano, que recebe a medalha Visconde de Cayru como prêmio. Com a pandemia, as homenagens presenciais, com direito a solenidade para entrega da comenda, foram interrompidas, mas o incentivo permanece. “Este ano, nós homenageamos a todos os comerciantes que conseguiram sobreviver à pandemia. Também estendemos nosso pesar a todos os colegas que perderam entes queridos por conta da doença”, afirmou Carlos Andrade. Ele acredita que o comércio se planejou e adaptou para cumprir as exigências sanitárias impostas para a retomada. “O comércio fez a sua parte na pandemia. Parabenizamos o prefeito e também o governador pelas medidas tomadas”, se referindo à chegada da Fase Verde da retomada em Salvador, iniciada na última sexta (09).

O Dia das Mães, segunda data mais importante para o comércio atrás do Natal, foi de grande importância para o salto nas vendas e teve o melhor desempenho desde 2017. Andrade acredita que as tecnologias para realização das compras, às quais o baiano foi lançado com mais intensidade em 2020 com os fechamentos provocados pelas medidas restritivas, devem continuar a influenciar nas vendas. Deste modo, é cada vez mais frequente a opção do cliente pelas compras através da Internet, seja pelo site da loja ou do centro comercial desejado. Para ele, a modernização é essencial. “Essas tecnologias contribuíram bastante nas vendas. A tendência mundial é de que o e-commerce cresça. Minha sugestão é de que o empresário se atualize cada vez mais”, citando o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que possui iniciativas como o Sebraetec, que visa melhorar a presença dos micro e pequenos negócios na Internet oferecendo subsídio de até 85% em identidade visual e site, e o Kit Presença Digital, que é gratuito e tem conteúdos como um guia de gestão de mídias sociais. Uma pesquisa do órgão feita em maio apontou que mais de 80% dos empresários pretendem começar ou fortalecer as vendas on-line.

Os comerciantes à frente de estabelecimentos de menor porte são um dos pontos de atenção sensível para a Fecomércio-BA. “Nossa preocupação, agora, é o pequeno, micro e médio empresário. Fazemos o apelo ao poder público de que flexibilize os impostos. O governo federal deu uma ajuda, mas ainda há poucos recursos. Muita gente acabou fechando as portas”, pediu o presidente da federação. Mesmo reconhecendo os desafios que a crise sanitária trouxe, Andrade continua esperançoso de que o comércio passará por melhores fases. “Nessa hora da pandemia, sabemos que precisamos do otimismo do consumidor e também do comerciante. O comércio precisa ficar otimista e manter as precauções, porque sabemos que a pandemia ainda não acabou, o vírus ainda está aí”, enfatizou.


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