07/07/2021 às 18h22min - Atualizada em 07/07/2021 às 18h22min

Doria tenta restabelecer pontes com ACM Neto para ser candidato 'nem Lula, nem Bolsonaro'

AB NOTICIAS NEWS
A Tarde
AFP

Um dos tucanos em disputa interna para ser o candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria, voltou a tentar estender uma "bandeira branca" ao presidente nacional do DEM, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador.

"Nos próximos meses, teremos serenidade e equilíbrio para formarmos juntos esse polo democrático. Teremos oportunidade de convidar ACM Neto para uma nova conversa", declarou Doria nesta terça-feira, 6, em entrevista à rádio Salvador FM.

Em maio, Neto disse que o governador é despreparado para “liderar um projeto nacional”, por sua “postura desagregadora” e “inabilidade política”. Na ocasião, o democrata criticava a ida do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, do DEM para o PSDB. Caso Doria dispute o Palácio do Planalto, Garcia deverá ser candidato a governador.

“A mudança do vice-governador Rodrigo Garcia para o PSDB é fruto de uma inexplicável imposição estabelecida pelo governador de São Paulo, João Doria, cuja inabilidade política tem lhe rendido altíssima rejeição e afastado os seus aliados”, escreveu Neto no Twitter.

Ao comentar nesta terça o rompimento, Doria disse novamente "perdoar" o antigo aliado e classificou como algo "normal, da vida política" o convite feito a Garcia para trocar o Democrata pelo PSDB. "Momentaneamente ACM Neto ficou aborrecido e manifestou esse aborrecimento. Mas eu o perdoo e compreendo esse aborrecimento. Ele tem uma linda história de vida, do seu pai, do seu avô, do seu tio. Ele foi um grande prefeito de Salvador, como está sendo o seu sucessor, o Bruno Reis", disse o tucano.

Ao falar sobre as prévias do PSDB, que acontecem no dia 21 de novembro, Doria lembrou que já venceu disputas internas no partido em duas ocasiões. "Eu sou filho das prévias. Participei em 2016, quando não tinha mandato, não era orgânico do PSDB, não frequentava as reuniões, era apenas um filiado. Vencemos as prévias e depois as eleições em primeiro turno. Depois, em 2018, também vencemos as prévias e as eleições. Prévias somam, agregam, fortalecem. Então vamos às prévias", afirmou.

Além de Doria, até então pretendem concorrer nas prévias o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati e o ex-senador Arthur Virgílio.

O governador de São Paulo ainda reafirmou sua disposição em captar o voto de um eleitorado insatisfeito com o governo Bolsonaro, mas contrário ao retorno do PT. "Eu não vou sentar com o presidente Lula, não tenho nada a dialogar com ele. Vou disputar democraticamente. Minha posição é de centro, que se afasta dos extremistas da esquerda e da direita. Queremos ser não a terceira via, mas a melhor via", declarou Doria, que apoiou a eleição de Bolsonaro em 2018.

"Sei que na minha terra e na Bahia muitos pensam assim: 'Nem Lula, nem Bolsonaro'. Lula já demonstrou a sua índole, e eu não aprovo que vale tudo, vale roubar, usar o dinheiro público de forma inadequada para atender aos mais pobres. E também não vale o extremismo de Bolsonaro, que responde pela morte de mais de 250 mil dos 525 mil brasileiros que perderam suas vidas. Temos um campo para oferecer aos brasileiros", acrescentou.

Doria voltou a criticar a postura do governo federal no enfrentamento à pandemia e elogiou as medidas de governadores, citando inclusive Bruno Reis e o governador da Bahia, Rui Costa (PT). "Todos os governadores se mobilizaram em busca da vacina e nas medidas preventivas", apontou.

Para o tucano, com a vacinação, no último trimestre do ano o cenário já será muito melhor, não só do ponto de vista da saúde, mas também econômico.


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