29/06/2021 às 16h36min - Atualizada em 29/06/2021 às 16h36min

O ritual racista da imprensa na cobertura do caso Lázaro Barbosa

Não adianta apostar em diversidade e continuar a enquadrar grupos e pessoas como exóticos ou aberrações, usando as mesmas réguas de séculos passados.

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TheIntercept Brasil
Amanda Jungles/The Intercept Brasil

O JORNALISMO SEMPRE APRECIOU criar um monstro, uma aberração, um ser inominável que garantisse o interesse das audiências. Pode-se até dizer que isso faz parte do jogo, afinal as empresas do setor não prestam caridade e vendem um produto, a notícia. Mas não dá para justificar a manutenção dessa prática apenas por conta do lucro, bebê. Dois motivos: primeiro, além de servir para alguém ganhar dinheiro, a notícia também é um serviço, um bem coletivo, um meio para nos orientarmos e tomarmos decisões. Segundo, essa “monstruosidade”, definida por quem tem o jornal na mão e indica quem merece viver ou morrer, geralmente possui cor, classe e religião. E é aí que o tal bicho pega.

O exemplo mais recente desse fenômeno produzido pela imprensa foi o insistente uso de palavras como “rituais”, “satanismo” e “bruxaria” nas matérias sobre Lázaro Barbosa, morto nesta segunda, 28, pela PM após 20 dias de fuga. Lázaro é acusado de matar uma  família no Distrito Federal, roubar propriedades, atirar em quatro pessoas e queimar uma casa. O histórico de Lázaro dá conta de outros delitos cometidos por ele: em 2009, por exemplo, ele estuprou uma jovem de 19 anos também no DF. Recebeu uma sentença de 12 anos e 8 meses do juiz Marcelo Tocci, mas fugiu antes de terminar a pena.

Ver matéria completa acesse o link:

https://theintercept.com/2021/06/29/ritual-racista-imprensa-cobertura-caso-lazaro-barbosa/


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