Sérgio Francês/Lidice PSB na CâmaraPor Henrique Brinco
O anúncio de que a próxima edição da Copa América, marcada para 2021, será realizada mais uma vez no Brasil movimentou a cena política ontem. Líderes de diversas correntes manifestaram opiniões sobre o assunto. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), declarou que não haverá flexibilização dos decretos da pandemia.
"Sobre a transferência da Copa América 2021 para o Brasil, adianto que não há possibilidade de flexibilizar regras para que a #Bahia seja sede. Seguiremos o mesmo padrão em relação ao futebol. Não será permitido público. Se a exigência é ter público, aqui na Bahia não terá", declarou.
O senador Jaques Wagner (PT) atacou o governo Bolsonaro, que foi consultado antes pelos organizadores sobre a viabilidade do evento no Brasil "Para trazer o que o povo precisa - vacina, auxílio emergencial de R$ 600 e empregos - é uma lesma. Para trazer a Copa América, um campeonato rejeitado por diversos países, é veloz. A crueldade ultrapassa todos os limites."
A deputada federal Lídice da Mata (PSB) utilizou manifestações de colunistas esportivos para embasar a sua posição contrária. Parafraseando o narrador Luís Roberto e o querido
Juca Kfouri, sediar a Copa América é dar um tapa na cara dos (as) brasileiros (as)", escreveu, nas redes sociais.
O deputado Daniel Almeida (PCdoB), por sua vez, avaliou que "a transferência da disputa da Copa América para o Brasil é uma tamanha irresponsabilidade sanitária". "Estamos perto da marca de meio milhão de mortos, com um número ínfimo de pessoas imunizadas, e chega a ser inacreditável que essa decisão absurda tenha sido tomada", lamentou.
Valmir Assunção (PT) seguiu na mesma linha. "Brasil sede da Copa América, no meio de uma Pandemia descontrolada, com novas cepas, com níveis baixos de vacinação é um absurdo: tanto da parte do Governo Federal (que aceitou), quanto da parte de quem ofereceu. Esse país está uma várzea! #ForaBolsonaro", escreveu.
Joseildo (PT) também salientou a ausência de vacinas no país. "Ao contrário da demora para aceitar a proposta da Pfizer, Bolsonaro rapidamente topou sediar a Copa América. São quase meio milhão de mortos, só 10% recebeu a 2ª dose e somos o 2º país em óbitos. A Conmebol agradece ao presidente por torná-la cúmplice da política da morte aqui".
A presidente do PDT na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, declarou esperar que o governo baiano, assim como fez Pernambuco, não permita que o Estado seja uma das sedes da Copa América. "Um estado que já cancelou o São João, que está sofrendo com vidas perdidas e uma crise sanitária grave, não pode aceitar ser sede de uma competição internacional do porte da Copa América. Mesmo que não haja público, há sempre o risco, ainda mais em um país cujo governo federal nunca se preocupou em adotar medidas sanitárias para controlar de fato o acesso de estrangeiros. É um risco tanto para os brasileiros quanto os estrangeiros", cobrou.
