28/05/2021 às 14h19min - Atualizada em 28/05/2021 às 14h19min

É #FAKE que Lula doou R$ 25 milhões ao grupo Hamas

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Circula pelas redes sociais um print de uma página do Diário Oficial acompanhada de uma legenda que diz que "o ex-presidente Lula doou R$ 25 milhões para o grupo terrorista Hamas". É #FAKE.

A página mostra a lei 12.292, de 20 de julho de 2010, que autoriza o governo a doar R$ 25 milhões à Autoridade Nacional Palestina para a reconstrução de Gaza. A lei foi de fato promulgada, mas o dinheiro não foi doado ao Hamas, e sim à Autoridade Nacional Palestina.

A Autoridade Nacional Palestina é presidida desde 2005 por Mahmoud Abbas, do partido Fatah, que é opositor do Hamas. Morto em 2004, o primeiro presidente da ANP, Yasser Arafat, antecessor de Abbas, também era filiado ao Fatah.

Hamas e Fatah formaram um governo de união nacional em março de 2007. Pouco depois, Abbas dissolveu o governo. Mas em junho de 2007, confrontos mortais se intensificaram. Alegando que forças do Fatah estavam planejando um golpe, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza à força. A Cisjordânia permaneceu sob o controle do Fatah.

Na justificativa do projeto que mais tarde virou a lei citada na mensagem falsa, o então ministro das Relações Exteriores Celso Amorim explicou que a doação era o primeiro grande esforço da comunidade internacional para a normalização da situação humanitária em Gaza após o conflito.

Ele citou a Conferência Internacional em Apoio à Economia Palestina para a Reconstrução de Gaza, realizada no Cairo, em 2 de março de 2009. O Brasil não foi o único a oferecer ajuda. Os participantes da conferência prometeram doar US$ 5,4 bilhões para a reconstrução da Palestina.

Amorim explicou na justificativa que a situação econômica e humanitária na Faixa de Gaza era crítica. A ONU calculava em US$ 613 milhões o montante necessário apenas para solucionar as necessidades mais urgentes de alimentação, construção, infraestrutura e saúde. Autoridades palestinas estimavam o custo total de reconstrução de Gaza em cerca de US$ 2 bilhões, a serem empregados em até cinco anos.

Não é a primeira vez que esse boato circula. Em 2018, ele foi desmentido pelo Aos Fatos e, em 2019, pelo Estadão Verifica.

Desta vez, ele tem sido disseminado em meio às tensões na área do Oriente Médio. Mais de 100 palestinos já morreram desde que foram iniciados bombardeios na região. Tropas israelenses têm intensificado os ataques, enquanto o Hamas tem disparado foguetes no território do país.


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