26/06/2019 às 14h27min - Atualizada em 27/06/2019 às 00h09min

Empreendedores da Nubank, Stone e Brex: o que aprenderam ao construir bilionárias

David Vélez, André Street e Henrique Dubugras falam sobre decisões e até escolha dos profissionais.

DINO
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Fundadores de empresas do mesmo ramo, David Vélez, do Nubank; Henrique Dubugras, da Brex; e André Street, da Stone, não têm medo da concorrência. Para David Vélez, 37 anos, quando se tem um produto que as pessoas amam, elas serão a principal defesa do mesmo. Quem tem um roxinho, como é conhecido o famoso cartão de crédito do Nubank, é graças ao colombiano David Vélez. O empreendedor não deu ouvidos às pessoas que lhe disseram que “ninguém acorda querendo um cartão de crédito”.

O executivo percebeu a insatisfação dos brasileiros em relação ao sistema bancário e criou uma forma inovadora de oferecer um serviço dominado pelos grandes bancos. Para ele, o segredo do sucesso do Nubank está na humanização do negócio, desde a escolha da linguagem nos e-mails até ter uma pessoa, e não um robô, no atendimento para resolver as dúvidas dos clientes.

“No dia do lançamento, nós tínhamos 200 pedidos de cartão. O roxinho começou a despertar a curiosidade. Perguntavam sobre ele quando eu ia pagar o restaurante, o táxi e foi assim que percebemos a necessidade de ter uma forma fácil de enviar convites pelo aplicativo e em poucos meses ganhamos muitos clientes”, afirma.

Mas, quando se está na área financeira, o desafio é maior do que conquistar clientes. Esse é um setor altamente regulado, o que é mais um motivo, na opinião de Vélez, para ir além e encantar o consumidor.

“Um dia nós acordamos com a notícia de que o governo estava querendo criar um decreto que iria acabar com o nosso negócio. Alguns dias depois, despertamos com 15 mil pessoas no Twitter tentando impedir o decreto”.

Ter uma missão é chave para motivar esse tipo de reação — e também para atrair talentos, segundo Vélez.

“Bancos têm todo dinheiro do mundo, mas não o propósito de ir além da busca pelo lucro. O Google conta com os melhores engenheiros, mas, se um deles sair da companhia, a empresa continua bem porque tem vários outros. Em startups, cada um da equipe faz a diferença”.

Para Henrique Dubugras, 23 anos, a inovação precisa acontecer de forma rápida, mas também segura. O mais novo dos três empreendedores, Henrique Dubugras é fundador da Brex, empresa de cartões de crédito corporativos. Ele aprendeu, quase quebrando sua empresa, que as inovações precisam acontecer de forma rápida, mas também segura.

“Nós cometemos um erro no código que fez todas as transações de um dia serem direcionadas para uma conta. Ali, eu tive certeza que era o fim da Brex. Transformamos a empresa em um call center e passamos dias atendendo as reclamações de cada um dos nossos clientes”.

Dubugras testou, em um momento de crise na empresa, a teoria de Vélez sobre a importância de manter um contato humano com os clientes na hora de resolver problemas, em vez de apelar para robôs e ligações direcionadas.

Quando o assunto são as diferenças entre o ambiente empreendedor brasileiro e no Vale do Silício, Dubugras afirma que no Brasil é difícil encontrar profissionais prontos e capacitados, porém é mais fácil trazer essas pessoas para trabalhar no seu negócio. No Vale, acontece o contrário. Existem muitos profissionais capacitados, mas também muitas companhias competindo por estas pessoas “principalmente pelos recém-formados”, diz o empreendedor.

“Eu sinto que são eles que estão me entrevistando para saber se este é o emprego que vão aceitar”.

André Street, 33 anos, conta que durante os primeiros cinco anos, houve muitos momentos em que teve a certeza de que a empresa iria quebrar. André Street começou sua carreira empreendedora aos 15 anos, no Brasil. Fundador da Stone, para ele, o segredo do sucesso é saber o que você tolera dentro da sua equipe.

“É uma questão de meritocracia. Os bons vão ficar e os ruins vão embora. Se você permite que pessoas ruins trabalhem para você, sua empresa já era”.

Street vê a área financeira como um grande espaço para inovações, mas ao mesmo tempo um setor com muitos riscos envolvidos por conta de questões regulatórias. Ele também concorda com a ideia de que empresas com um propósito social atraem os millennials.

“Empresas que não pensam só no dinheiro vão mais longe”, afirma.



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