Um passeio por diferentes vertentes e derivações do samba inspira o novo projeto musical do cantor e compositor baiano Dão, intitulado Sambadelic #2020Tal, que será lançado no próximo dia 28 de maio (sexta-feira). O artista aposta na essência da musicalidade negra baiana e brasileira para estrear um novo momento em sua carreira, marcada pela ousadia das experimentações rítmicas.
O projeto Sambadelic #2020Tal traz o lançamento de singles acompanhados de videoclipes, todo mês, no canal do artista no YouTube. A ideia é formatar um disco no final do ano, com 10 faixas. A música “Menina do Cabelo Black”, em ritmo de samba funk, rock e tamanquinho, estilo musical criado no Candeal, será a ponta de lança para abertura dos caminhos na carreira do artista. A canção, em parceria com a Rapper Udi Santos e JP Castelhano dos My Friends, exalta a beleza da mulher negra e é um enfrentamento contra o preconceito.
Além de “Menina do Cabelo Black”, outras três músicas já estão prontas e serão lançadas na sequência, como "Olha o Samba Sinhá", uma releitura da canção do sambista carioca Candeia, que resgata o samba de roda do Recôncavo, com nuances do samba rock, samba funk e o rap como expressão urbana em homenagem ao sambista. No projeto Sambadelic #2020Tal, o artista também fará homenagens às bandas baianas de samba reggae e ijexá, como Olodum e Ilê Aiyê.
Conhecido pela versatilidade com referências da black music, Dão propõe revolucionar mais uma vez em modelos e estéticas. Desde o samba de roda, samba funk, samba rock, samba canção, samba soul, partido alto até o samba reggae, a proposta é repleta de aparições da célula rítmica do samba, com fusões de batidas eletrônicas que conferem um ritmo dançante e contemporâneo.
“Eu continuo bebendo da fonte do universo da black music, porém, dessa vez, eu trago um cheiro muito mais brasileiro das coisas que eu vou apresentar com o Sambadelic #2020Tal. Estou super animado para dar essa renovada, essa repaginada nesse novo momento na carreira”, afirma o artista.
O nome Sambadelic #2020Tal é uma brincadeira com a banda Funkadelic, pioneira da cultura da música funk na década de 70 nos Estados Unidos, mas também famosa por fusões rítmicas influenciada pelos movimentos musicais populares de todo mundo, como o rock psicodélico, soul e R&B. O projeto também é inspirado nas transformações que o samba e as suas derivações sofreram ao longo dos anos na Bahia, desde o lundu e as rodas de batuque das senzalas, que deram origem ao samba de roda proveniente do Recôncavo. Baden Powell, Tim Maia, Jorge Ben Jor, Paulo Diniz, Nereu e Maria Alcina são referências que ele usa para brincar com o samba de roda neste novo projeto.
“Eu pego a música negra brasileira e essas derivações do samba e começo a brincar com isso. As pessoas podem esperar um Dão mais ousado, a fim de dialogar com o que está acontecendo de mais moderno na música baiana e brasileira. Tem muita gente boa surgindo e está na hora da gente dialogar com essa turma, de brincar de fazer fusões”, destaca.