Tânia Rêgo/ Agência Brasil Por Yuri Abreu
Pela terceira vez, a campanha de vacinação contra a covid-19, em Salvador, pode ser suspensa. Da última remessa, com 15 mil imunizantes do Instituto Butantan encaminhados à capital baiana, no último dia 3 de março, restam cerca de dois mil (13% do total). Atualmente, a vacinação está ocorrendo nos idosos acima dos 78 anos e nos profissionais da área da Saúde.
A primeira paralisação ocorreu no dia 17 de fevereiro, ficando oito dias com o serviço sem operar, sendo retomada apenas no dia 25 do mesmo mês. Já a segunda suspensão foi mais curta e ocorreu no dia 3, também por falta de vacinas. Porém, como o Ministério da Saúde fez a entrega dos produtos no mesmo dia, a campanha foi retomada um dia depois.
Desta vez, o recado foi dado pelo secretário municipal da Saúde, Leo Prates. De acordo com ele, a quantidade de doses atual seria suficiente para vacinar os idosos com 78 anos. Porém, àqueles que têm 77 anos não teriam como ser contemplados, devido a pouca quantidade em estoque. O titular do órgão disse ainda que novas doses estão sendo aguardadas nesta quinta-feira, sendo enviadas pelo Ministério da Saúde.
“Nós temos cerca de duas mil doses e foram vacinados pouco mais de sete mil idosos com 78 anos”, disse Prates, em entrevista à TV Bahia. “Nós temos um cadastro de 8.496 idosos com 78 anos ou mais em Salvador, ou seja, nós ainda não imunizamos 100% da população de 78 anos. O que, pelo baixo estoque de doses e pelo alto número comparado ao estoque – um número relativo, apesar de a gente ter vacinado mais de 80% dos idosos de 78 anos –, nos levou a não avançar aos 77 anos”, pontuou.
Para que esta faixa etária da população seja vacinada, em duas doses, o necessário para atingir a imunização com a Coronavac, seriam necessárias cerca de 26 mil doses, já que o público alvo é de aproximadamente 13 mil pessoas. Levando em conta o total de vacinados, acima das 166 mil pessoas e o total da população de Salvador, superior a 2,8 milhões de pessoas, a quantidade de imunizados é apenas cerca de 5%.
Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu às nossas solicitações a respeito de quantas doses chegaram à Bahia, de qual tipo e quando. No último sábado, o órgão federal publicou uma nota informando que, nesta semana, iniciaria uma nova distribuição de doses da vacina contra o novo coronavírus.
Para o mês de março, o cronograma prevê a entrega de 30 milhões de doses provenientes de acordos com o Instituto Butantan, AstraZeneca/Oxford (Fiocruz) e o consórcio Covax Facility. “As previsões de entrega são enviadas à pasta pelos fornecedores dos imunizantes e estão sujeitas a alterações, de acordo com a disponibilidade dos laboratórios e a real quantidade de doses entregues, que pode variar conforme o ritmo de produção dos insumos”, informou o Ministério.
Deste total, serão 23,3 milhões de doses (22,7 milhões + 600 mil doses residuais de fevereiro) do Instituto Butantan, enviadas à pasta em remessas semanais. Outros 3,8 milhões da vacina da AstraZeneca/Oxford, previstas para a segunda quinzena do mês, provenientes do primeiro lote produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com matéria-prima importada. Também são esperadas mais 2,9 milhões de doses do mesmo imunizante, adquiridos via consórcio Covax Facility.
“A partir do quantitativo exato de doses recebidas, o Ministério da Saúde organiza a divisão de forma proporcional e igualitária aos estados e Distrito Federal. Posteriormente, as doses são enviadas aos estados, responsáveis pela distribuição dos imunizantes a todos os municípios brasileiros, que aplicarão as vacinas em suas 38 mil salas de vacinação”, diz a nota.
