27/02/2021 às 22h11min - Atualizada em 27/02/2021 às 22h11min

Conheça o G10 Bank, banco que promete ser o BNDES para as favelas

Com objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico dentro das comunidades, o foco do “BNDES da favela” é oferecer microcrédito para empreendedores das favelas

AB Notícia News
Exame
Para superar a crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus e fomentar o desenvolvimento econômico dentro das comunidades, o G10 das Favelas, bloco de líderes e empreendedores das favelas, fundou o banco digital G10 Bank, uma instituição financeira que pretende ser um gerador do crédito nas periferias.
Para superar a crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus e fomentar o desenvolvimento econômico dentro das comunidades, o G10 das Favelas, bloco de líderes e empreendedores das favelas, fundou o banco digital G10 Bank, uma instituição financeira que pretende ser um gerador do crédito nas periferias.
“A gente é um banco para a favela, é o BNDES da favela”, explicou Gilson Rodrigues, de 36 anos, coordenador nacional do G10 das Favelas e presidente da nova instituição financeira, em entrevista à EXAME.
 
O grupo de líderes das favelas, a exemplo de blocos econômicos mundiais, uniram forças em prol do desenvolvimento econômico e social dessas áreas urbanas. O bloco é formado pelas comunidades da Rocinha (RJ), Rio das Pedras (RJ), Heliópolis (SP), Paraisópolis (SP), Cidade de Deus (AM), Baixadas da Condor (PA), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF).
 
Com autorização do Banco Central para funcionar como uma Empresa Simples de Crédito (ESC), inicialmente o G10 Bank irá oferecer microcréditos e financiamentos voltados para empreendedores das favelas. Os empréstimos poderão variar de 1 mil reais até 15 mil reais nesse início de operação. 
A Fintech planeja também fornecer serviços como cartão de crédito, seguros e maquininhas de cartão em parceria com outras instituições financeiras, incluindo os principais bancos do país. 
 
“Nós não vamos participar dessa crise, não fomos nós que criamos, vamos participar da solução. São 14 milhões de brasileiros vivendo nas favelas que não são notados e citados, apesar do poder econômico e de mobilização”, afirmou Rodrigues
Quando Gilson fala do poder econômico das favelas não é um exagero. Segundo estudo de 2019 do Outdoor Social, empresa de impacto social voltada para classes populares, o potencial de consumo das 10 favelas do G10 é de 7,7 bilhões de reais. “Se considerar todas as favelas do Brasil, são quase 170 bilhões de reais, é maior que a economia de alguns países da América Latina”, reforçou Rodrigues. 
 
Uma outra pesquisa, desta vez dos institutos Data Favela e Locomotiva, de 2019 entrevistou 2006 moradores de 60 favelas de todos os estados do Brasil e 35% deles sonhavam em ter seu próprio negócio. 
 
“O foco nos empreendedores é por nós entendermos que além da pessoa ter dinheiro no bolso, ela gera desenvolvimento local e emprego. É uma cadeia de consequências positivas para as favelas”, explicou o presidente do novo banco. 
 
Além de fazer com que o crédito chegue na mão dessa população a juros baixos, o principal objetivo do banco é ajudar no desenvolvimento das comunidades onde irá atuar, por isso existe o compromisso de que 33% do lucro da instituição seja destinado para ações de assistência social nas favelas. 
 
“O nosso trabalho é ajudar pessoas, pode ganhar dinheiro sim, mas o banco nasce principalmente para ajudar a favela a superar essa crise”, explicou o líder comunitário. 
 
O processo de análise de crédito do G10 será bem diferente dos bancos tradicionais. Para liberar o crédito, o empreendedor passará pelo crivo dos presidentes de rua. A iniciativa, que foi criada para auxiliar as comunidades no combate ao coronavírus, será aproveitada pelo banco.
 
Cada voluntário será uma espécie de “avalista” de cerca de 50 casas. A ideia é que o processo para liberação do crédito seja humanizado, no sentido de que os presidentes de rua, por conhecer as pessoas, possam orientar a equipe do banco sobre a liberação de créditos. 
 
O projeto abrange também oferecer aulas de educação financeira e de administração para que os empreendedores consigam fazer o seu negócio prosperar. 
 
A nova instituição financeira terá uma plataforma online, aplicativo e uma estrutura física para oferecer o crédito. Gilson também revelou que existirá uma parceria com a empresa Sodexo para que doações de cestas básicas possam ser feitas através de cartões, numa divisão que deve se chamar G10 Bank Benefícios.


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