Bruno Reis decide não participar da posse de João Roma no ministério

Por Rodrigo Daniel Silva

 

Prefeito da capital baiana, Bruno Reis (DEM) decidiu não participar da posse do deputado federal João Roma (Republicanos) como ministro da Cidadania. O evento está previsto para acontecer hoje, com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). A expectativa, no entanto, é de que prefeitos do interior baiano compareçam ao ato. Mesmo com o rompimento entre o ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (DEM) e Roma, políticos do grupo político têm declarado apoio ao novo auxiliar de Bolsonaro.

 

Entre eles, o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB), que disse, em entrevista à imprensa feirense, que Roma no governo federal era “bom para a Bahia”. O prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá, também manifestou apoio ao novo ministro. Nas redes sociais, afirmou que estava confiante que Roma “continuará a representar bem a nossa Bahia e o nosso País”. 

 

A assessoria de comunicação da prefeitura de Salvador justificou à Tribuna a ausência de Bruno Reis. “O prefeito não irá comparecer. Ele irá a Brasília amanhã (ontem), mas precisará retornar logo. Não pode se ausentar (de Salvador) muito tempo, dada a gravidade da situação que estamos enfrentando”, informou.

 

Bruno Reis esteve ontem em Brasília para, segundo ele, buscar recursos a fim de enfrentar a pandemia da Covid-19. De acordo com ele, a prefeitura tem gastado cerca de R$ 60 milhões por mês no combate à doença. O prefeito soteropolitano tem evitado se envolver no embate entre João Roma e ACM Neto. A avaliação de correligionários é de que o gestor soteropolitano não quer evitar atrito na relação entre prefeitura, o ministro João Roma e o governo federal.

 

“Meu papel como prefeito é papel institucional. Venho mantendo a melhor relação institucional com o governador Rui Costa. Vou manter a melhor relação institucional com o presidente Jair Bolsonaro. Vou procurar ambos sempre que tiver e que for necessário colocando os interesses da cidade, e das pessoas. Foi para isso que fui eleito. Estou focado na gestão e, em especial, no enfrentamento à pandemia”, disse Bruno. Embora não tenha falado em rompimento com João Roma, o prefeito soteropolitano fez um ato simbólico de exonerar Luiz Galvão, que era indicado do deputado licenciado, da Secretaria de Prefeitura-Bairros. Apesar do rumor de que haveria mais demissões, Bruno Reis negou. “(Luiz Galvão) tem forte relação com João Roma, tem amizade com João Roma. Diante do cenário, conversando, chegamos à conclusão que não tinha clima para permanência dele. Em relação aos demais (aliados de Roma), que compõem a nossa equipe, são pessoas nossas, minhas, e que me acompanham a tanto tempo, que estão comigo na minha caminhada ao lado, se envolveram na gestão, se dedicaram e só (vai sair se) alguém porventura, por decisão própria, quiser pedir para sair. Senão, o que houve foi esse caso”, pontuou.