26/08/2020 às 17h00min - Atualizada em 27/08/2020 às 00h01min

Nova demanda por ouro elevará os preços e será opção aos treasuries americanos e às perdas na renda fixa

Com juros baixos e uma política monetária não restritiva, está em curso uma mudança de cenário nos investimentos. Sai o long bond e a renda fixa e nasce uma demanda por ouro, que desencadeará uma elevação de preços em um patamar nunca visto nos últimos 49 anos.

DINO
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Tendência de nova demanda por ouro diante da morte dos bonds


Investidor sério, de longo prazo, tem que ter pelo menos 10% em ouro na carteira. A recomendação é do gestor de investimentos Carlos A. Frederico, mais conhecido como CAF. "O importante é entender que a política monetária em um horizonte de cinco a dez anos não tem a menor chance de ser restritiva. E taxa de juros não só está baixa e tende até a baixar mais em nível real, como ela veio para ficar. Temos um mundo novo, que transformou a renda fixa em perda fixa", explicou CAF durante o Aura Day, evento de relacionamento da mineradora de ouro com investidores. Para ele, está nascendo uma demanda que reposicionará o metal em um nível de preços bem mais alto do que nos últimos 49 anos.

As mudanças macro que estão ocorrendo a nível mundial afetam a psicologia do investidor em várias áreas. Uma delas é geopolítica, nesse reverso de parceira da China com os Estados Unidos. Na batalha no front monetário, o objetivo da China é fazer o papel do dólar cada vez menor no mundo e principalmente na Ásia, isso significa uma mudança estrutural. "A China mantinha US$ 2 trilhões em long bond americano e a lógica é diminuir essa posição para US$ 1 trilhão, no mínimo. Um pouco vai para euro, mas o candidato principal é o ouro porque dá uma independência total de qualquer sansão ao dólar", analisa o investidor. "Sem contar que o long bond que gerava 6%, 3% de renda, hoje gera 0,5% no de 10 anos e 1% no long."

Outra incerteza apontada por CAF é a revolução ideológica: o término de um ciclo de acumulação de riqueza, com forças sociais e políticas pressionando para um novo ciclo de distribuição de riqueza. CAF estima que o tamanho do mercado de ouro é de US$ 1 trilhão (250 de GLD e 750 de miners). O mercado de renda fixa é de US$ 300 trilhões, o de equities de 100 trilhões e de real estate entre US$100 a 200 trilhões. O de renda fixa é 300 vezes o mercado de ouro. Qualquer demanda nova marginal criada pelo ouro tem um impacto enorme. Esse desequilíbrio entre o tamanho dos asset classes dão um potencial de subida ao ouro incrível", acrescenta.

Para CAF, o grande problema dos analistas da comunidade é que ficam olhando as correlações passadas. Ele citou um grande banco que fez um estudo do ouro cujo foco era a correlação da taxa de juro real com o preço do juro, e chegou à conclusão que o preço do ouro não passaria de US$ 1800 naquela taxa de juros real. "Quando publicaram o estudo, o outro já estava em US$1900."

O investidor ressalta que o endividamento hoje é tão brutal que não existe a menor perspectiva de elevação de taxas de juros. "É uma convicção absoluta de que não existe a menor chance de se permitir uma elevação da taxa de juros real, o que causaria um total desarranjo nos mercados, na economia e no preço do ouro. O que constitui o principal hedge de uma possível queda no patamar do preço do ouro." explica CAF. "Esse excesso de endividamento faz com que a taxa de juros e o FED se tornem passivos. O fato de você ter os juros do long bond negativo em termos reais, e o do bond de 10 anos a 0,5%, ocasionou a morte do long bond."

A morte do long bond levou a orfandade do portfólio de 60% equity 40% bond e nada surgiu ainda no mercado para substituí-lo. CAF contou que sua reação foi primária. "Eu sempre gostei de caixa. Hoje, você tem uma inflação de preços de ativo que não tem nada a ver com a inflação de bens de consumo. Se você ficar em caixa e tiver uma explosão de alta de ativos, o custo de oportunidade não é a inflação é a perda do poder de compra de ativos. Hoje, eu estou em 30% em ouro e quase zero em caixa", acrescentou.

CAF encerrou sua palestra indicando o livro The Deficit Mith de Stephanie Kelton, sobre MMT (Modern Monetary Teory). "O bom senso de administrar corretamente as finanças de um estado, de uma instituição, é mais ou menos como um grupo familiar: uma família que gasta mais do que ganha, acaba se dando mal. Ela diz não tem nada ver. É um livro diabólico, vai ser um tsunami", concluiu.



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