24/05/2020 às 16h30min - Atualizada em 24/05/2020 às 16h30min

Em reunião ministerial, Bolsonaro relata como agiu no Iphan após queixa de empresário apoiador

Declaração foi dada na reunião ministerial de 22 de abril; sigilo do conteúdo foi retirado nesta sexta (22). 'Iphan para qualquer obra do Brasil, como para a do Luciano Hang. Enquanto tá lá um cocô petrificado de índio, para a obra, pô', afirmou o preside

Ab Noticia News
Tribuna da Bahia, Salvador
Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro relatou na reunião ministerial de 22 de abril como agiu no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) após ter recebido uma queixa de um empresário que o apoia. A queixa se referia ao embargo de uma obra no Rio Grande do Sul.

"E assim nós devemos agir, como tava discutindo agora. O Iphan, não é? Tá la vinculado à Cultura. Eu fiz a cagada em escolher, nu ... não escolher uma, uma pessoa que tivesse o ... também um outro perfil. E uma excelente pessoa que tá lá, tá? Mas tinha que ter um outro perfil também. O Iphan para qualquer obra do Brasil, como para a do Luciano Hang. Enquanto tá lá um cocô petrificado de índio, para a obra, pô! Para a obra. O que que tem que fazer? Alguém do Iphan que resolva o assunto, né? E assim nós temos que proceder", afirmou o presidente.

No dia 11 de maio, 21 dias depois da reunião ministerial em que Bolsonaro criticou a atuação do Iphan, o governo nomeou Larissa Peixoto para a presidência do órgão. Ela é servidora do Ministério do Turismo há 11 anos.

O cargo estava vago desde dezembro. Quem estava na função, de forma interina, era um servidor de carreira do órgão.

Em nota, a Sociedade de Arqueologia Brasileira declarou que acompanhou com "perplexidade" as manifestações do presidente da república. E que Bolsonaro demonstrou "total falta de conhecimento" dos processos e "nenhuma" preocupação com as heranças culturais deixadas por diversas sociedades que habitaram o país.


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