Divulgação / Corpo de BombeirosQuatro pessoas de uma mesma família foram atingidas por um deslizamento de terra após um barranco desabar em cima da casa onde moravam, no bairro de Águas Claras, na manhã de ontem (23). Apesar dos esforços do Corpo de Bombeiros para socorrer as vítimas, uma mulher de 41 anos e a neta, um bebê de apenas quatro meses, não resistiram aos ferimentos e morreram.
A casa, situada na 2ª Travessa Celika Nogueira, foi engolida pela terra por volta das 10h. Após cerca de quatro horas, a equipe de resgate conseguiu encontrar o corpo da diarista Maria da Conceição Fraga que, segundo o tenente-coronel Adson Marchesini, foi soterrada enquanto estava na cozinha da casa. De acordo com ele, as equipes de resgate encontram dificuldades durante a operação.
“É um local de risco, perigoso. Logo que chegamos, começamos a atuar porque tomamos conhecimento de quatro vítimas soterradas. Foram resgatadas três pessoas logo de imediato e ficou uma pessoa desaparecida. Continuava apresentando grande risco de mais desmoronamento, continuamos trabalhando mesmo com todo risco. Após muitas tentativas, conseguimos, através de apoio dos nossos cães, localizar a vítima. A dificuldade foi retirar. Infelizmente, essa vítima já saiu sem vida do local da ocorrência. Fizemos de tudo desde o início para tentar salvar as vítimas”, disse à Tribuna da Bahia.
O bebê chegou a ser socorrido com vida e encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu. As outras vítimas foram o esposo de Maria, José Carlos Gonçalves, de 51 anos, e Gabriela Teixeira Gonçalves, de 19 anos, filha do casal e mãe da criança. Estes foram resgatados, encaminhados para a mesma unidade de atendimento, e estão estáveis. Gabriela e Maria Eduarda na casa para visitar a avó, que estava com saudades.
Depois da operação do Corpo de Bombeiros, equipes da Prefeitura entram em ação e vistoriaram 17 imóveis no entorno, evacuando 16 e interditando um prédio de quatro pavimentos. Um galpão também foi condenado. Diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macêdo alertou que a presença de vegetais, como bananeiras pode ter impulsionado o deslizamento.
Devido ao período chuvoso, o órgão está em estado de alerta. “Triste o que ocorreu. Estamos com monitoramento desde a madrugada. Apontou-se a necessidade de acionar a sirene de Bom Juá. Liguei para o prefeito, que autorizou que todas as nossas equipes fossemos para lá tirar as pessoas de casa e colocá-las de forma segura num abrigo, por se tratar de área de risco. Em seguida, corremos para a Avenida Gal Costa, em Sussuarana, onde ficamos sabendo de outro deslizamento, que deixou Sofia, de oito anos, soterrada. Graças ao Bom Deus, quando chegamos lá, a criança já estava salva sob os cuidados do Samu. E então tivemos a informação do escorregamento de terra em Águas Claras. Não é uma área de risco, era uma localidade de risco. Muitas bananeiras, corte irregular de talude. Culminou num sobrebeso. Com a chuva, a raiz da bananeira enche de água e acaba rompendo o talude. Por isso a gente sempre alerta e pede para não realizarem o plantio de vegetais inadequados, como bananeiras”, relatou. Sosthenes.
