20/04/2020 às 10h23min - Atualizada em 20/04/2020 às 10h23min

Isolamento social afeta lado emocional das crianças

Segundo especialistas, a doença poupa as crianças nas vias aéreas superiores e nos pulmões, porém o campo suscetível de sequelas é o lado emocional

Ab Noticia News
Por: Poliana Antunes Tribuna da Bahia, Salvador
Reginaldo Ipê / Tribuna da Bahia

Com o avanço do novo coronavírus pelo mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem recomendado o isolamento social como a melhor forma de conter a disseminação da doença. E essa restrição não vale somente aos grupos considerados de risco, mas também para as crianças. Até as escolas, tanto públicas como particulares, tiveram as aulas suspensas. Segundo especialistas, a doença poupa as crianças nas vias aéreas superiores e nos pulmões, porém o campo suscetível de sequelas é o lado emocional.

A veterinária Patrícia da Luz, 41 anos, conta que os filhos Arthur, 4 anos, e Catarina, 6 anos, não aguentam mais ficar em casa. “Tenho muita saudade da minha escola e dos meus amigos. Todos os dias eu rezo para Deus levar embora esse bichinho, que está fazendo mal ao nosso planeta”, disse Catarina.

Patrícia conta que, junto com a ameaça real da doença, sobrecarregados com o trabalho realizado remotamente, preocupados com as finanças e com um risco de desemprego, e que ainda precisa gerenciar a presença de seus filhos, agora em casa 24 horas por dia, toda essa pressão pode deixar traumas nesta geração que vive sua primeira experiência de confinamento ainda tão cedo.

“Sei que as mídias e nas redes sociais existem muitas sugestões de como passar o tempo durante o confinamento, mas isso na prática fica bem mais complicado, quando a realidade dos pais e seus filhos é bem diversa de um alegre clima de férias antecipadas”, disse.

A veterinária ressalta, ainda que as situações corriqueiras como som alto, muito barulho, desrespeitando os horários de silêncio previstos em lei, causam grandes desavenças entre vizinhos. “Eu tento fazer uma rotina de estudos e de brincadeiras para as crianças. Mas é muito complicado controlar a energia de duas crianças sem que elas façam barulho o dia inteiro”, frisou.

Para a aposentada Vanda Soares, 63 anos, os vizinhos são ótimos. No entanto, em algumas situações, eles incomodam bastante com músicas alta, muito barulho e correria dentro de casa. “Já falamos algumas vezes com eles, pedindo que baixem o som. Eles até abaixam, mas passam alguns minutos e aumentam tudo de novo. Parece que esquecem.”, diz.

Para amenizar os efeitos do barulho, a aposentada explica que passa os dias com as portas e janelas fechadas. “É preciso respeitar os vizinhos, principalmente casas com idosos. Quem está em casa, quer descansar, mas, com o barulho dos outros, não consegue. Essas pessoas precisam praticar a política da boa vizinhança”, lembrou.

O síndico de condomínio Claudio Santana, ressalta que o momento é de confinamento e que os vizinhos precisam respeitar uns aos outros. “A gente tem alertado aos condôminos, para que sigam o regime interno e as regras gerais, como a lei do silêncio. É preciso ter bom senso”, afirma.

Em caso de pequenos reparos, o síndico explica que deve ser informado, para saber como lidar com a situação. “Se o morador continuar fazendo barulho, deve ser registrado no livro de ocorrência e ainda fazer uma notificação formal. Caso haja reincidência, ele pode ser multado em valor que corresponde à taxa condominial”, detalha.


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