03/02/2019 às 22h45min - Atualizada em 03/02/2019 às 22h45min

Setor de serviços tira mercado formal de trabalho de Campinas do vermelho em 2018; diz Caged

Do saldo total de 4.973 vagas criadas no ano passado, 97% estão vinculadas com o terceiro setor.

Luciano Calafiori, Victória Cócolo* e Joyce Thalita*, G1 Campinas e Região
Tiago Francisco Alves, de 21 anos, procura emprego em Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

O setor de serviços tirou o mercado formal de emprego de Campinas (SP) do vermelho em 2018. A cidade gerou 4.973 vagas com carteira assinada, mas 4.868 delas estão vinculadas ao setor terciário, o que representa 97% deste total.

Os dados foram divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.

Para o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas Roberto Brito de Carvalho, uma das explicações é o fim da crise econômica.

Outra fator que contribuiu é o fato do setor terciário ter mais agilidade quando o assunto é contratações na comparação com a indústria, já que precisa de menos investimentos.

 

Da capital para o interior

 

O economista da PUC também destaca a descentralização das atividades econômicas da capital paulista para cidades mais próximas, como Campinas. Um dos facilitadores são os avanços tecnológicos, como os aplicativos para celulares e as conexões de internet cada vez mais comuns.

 

“As dificuldades inerentes na capital, como custo e mobilidade, levam os serviços para cidades próximas. Pequenos investimentos em computadores têm facilitado a regionalização”, afirma o professor de economia.

 

O especialista ainda não descarta que a reforma trabalhista tenha influenciado nas contratações, pois muitas destas vagas estão atreladas à terceirização nas indústrias. " É um elemento que precisa ser amadurecido", disse ele.

 

E os trabalhadores?

 

Com a alta no setor terciário, o estudante de publicidade e propaganda Alberto Júnior, de 23 anos, conseguiu trocar de emprego em agosto do ano passado. Ele trabalha agora em uma agência de turismo.

 

" Nunca tinha passado pela minha cabeça trabalhar nesta área, mas acabei procurando emprego na minha área , e vi que não estava compensando financeiramente", disse ele.

 

Para ele, vaga no setor de serviços está mais fácil do que no de publicidade e propaganda. O motivo é o fato de estar no segundo ano do curso, além da pouca experiência na profissão.

 
Tiago Francisco Alves, de 21 anos, procura emprego em Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

Tiago Francisco Alves, de 21 anos, procura emprego em Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

Tiago Francisco Alves, de 21 anos, procura emprego em Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

Tiago Francisco Alves, de 21 anos, procura emprego em Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

Tiago Francisco Alves, de 21 anos, procura emprego em Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

 

G1 encontrou o auxiliar de apoio logístico Tiago Francisco Alves, de 21 anos, em uma agência de empregos nesta semana. Ele está desempregado há menos de uma semana, e disse que não tinha tido sorte naquele local. Diante disso, tentaria outra agência para buscar um novo trabalho.

 

"Muitas pessoas ainda estão desempregadas. Eu mesmo já fui auxiliar de apoio, operador de empilhadeira, vendedor interno e, mesmo assim, está difícil se recolocar no mercado", comenta Alves.

 

 

Parada há 3 meses

 

A estudante de direito Talita Santos Neto Pereira está desempregada há 3 meses, mas admite que procura emprego em qualquer área. "No momento, é o primeiro que aparecer", afirma.

 
Talita Santos Neto Pereira mostra Carteira de Trabalho no Centro de Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

Talita Santos Neto Pereira mostra Carteira de Trabalho no Centro de Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

Talita Santos Neto Pereira mostra Carteira de Trabalho no Centro de Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

Talita Santos Neto Pereira mostra Carteira de Trabalho no Centro de Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

Talita Santos Neto Pereira mostra Carteira de Trabalho no Centro de Campinas — Foto: Joyce Santos/G1

 

Troca de ramo de trabalho

 

A Viviane da Cruz Ferreira, de 28 anos, sempre trabalhou no ramo de farmácia, mas atualmente está no setor de serviços. O emprego atual foi conquistado no final de 2018, um ano após ser desligada do trabalho anterior. E, segundo ela, não foi fácil se recolocar no mercado formal.

"Foi bem complicado arranjar um emprego porque está muito concorrido. Muita gente sem trabalho", finaliza.

Evolução do Emprego em Campinas em 2018

Setores Total admissão Total desligamento saldo variação%
Extrativa mineral 19 52 -33 -14,60
Industria da transformação 14.937 14.711 226 0,44
Serviço da indústria de utilidade pública 622 507 115 2,44
Construção civil 8.283 8.358 25 0,17
Comércio 38.777 39.149 -372 -0,42
Serviços 83.312 78.444 4.868 2,32
Administração pública 172 92 80 3,47
Agropecuária 701 637 64 3,54
Total 146.923 141.950 4.973 1,33
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