No comunicado, o ministério afirma ter sido informado pela polícia no último dia 22 de que “informações confidenciais do registro de HIV teria sido revelado por uma pessoa não autorizada”. Nos dias seguintes, funcionários do ministério conseguiram acesso ao material distribuído pela internet e compararam com as informações nos bancos de dados internos e confirmaram a autenticidade.
“Apesar de o acesso à informação confidencial ter sido desabilitada, ela ainda está na posse de uma pessoa não autorizada”, afirmou o ministério. “Nós estamos trabalhando com parceiros para escanear a internet em busca de sinais de outros vazamentos da informação”.
As investigações indicam que as informações foram vazadas por Mikhy K Farrera Brochez, um americano que residiu entre janeiro de 2008 e junho de 2016 em Cingapura com um visto de trabalho, quando foi condenado a 28 meses de prisão por fraudes. Brochez foi considerado culpado por mentir sobre seu diagnóstico do HIV para manter seu visto de trabalho, produzir informações falsas para a polícia durante investigação e apresentar diplomas falsos em entrevistas de emprego. Antes de terminar de cumprir a pena, Brochez foi deportado.
Brochez era parceiro do médico singapurense Ler Teck Siang, que dirigiu a Unidade de Saúde Pública Nacional entre março de 2012 e maio de 2013, e usou sua autoridade para acessar informações sobre o registro de HIV. Em junho de 2016, ele foi acusado por participar das fraudes cometidas por Brochez e, em setembro do ano passado, foi condenado a dois anos de prisão.
A suspeita é que o vazamento de informações tenha relação com informações coletadas por Ler, suspeito de ter fornecido documentos a Brochez. Em maio de 2016, a polícia foi notificada que o americano estaria em posse de informações confidenciais do registro de HIV. Buscas foram realizadas nos endereços de Brochez e todo o material relevante foi apreendido, mas em maio do ano passado, quando Brochez foi deportado, o Ministério da Saúde recebeu informações de que o americano ainda tinha parte dos documentos.
Leow Yangfa, porta-voz da ONG LGBT Oogachaga, expressou preocupação com pacientes que não revelaram sua situação a empregadores, familiares e amigos.
— Isso nos lembra sobre o estigma, o medo e a discriminação que continua rodeando pessoas que vivem com HIV em Cingapura hoje — afirmou Yangfa, em entrevista à CNN. — Aqueles de nós que vivem sem o HIV não conseguem imaginar o choque, o estresse, a dor e a sensação de traição que elas devem estar passando nesse momento.