03/02/2019 às 21h45min - Atualizada em 03/02/2019 às 21h45min

Investidores ignoram escândalos e ações do Facebook disparam

Mesmo envolta em debates sobre privacidade, companhia teve desempenho acima do esperado por Wall Street

O Globo
Empresa enfrenta críticas sobre a privacidade dos usuários, mas anunciantes continuam apostando na plataforma Foto: FABRICE COFFRINI / AFP
NOVA YORK — Apesar dos escândalos de privacidade, o Facebook fechou o último trimestre do ano passado com faturamento de US$ 16,91 bilhões, segundo balanço apresentado no início da noite de quarta-feira, acima das expectativas dos analistas de Wall Street, de US$ 16,4 bilhões. Para investidores, são os bons resultados financeiros que importam e as ações da companhia dispararam mais de 11% antes da abertura do pregão em Nova York.
A audiência da rede social também cresceu, aumentando sua capacidade de coletar informações pessoais para agradar anunciantes. O número de usuários diários alcançou 1,52 bilhão em dezembro, alta de 9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A companhia também registrou um pequeno aumento no número de usuários em mercados maduros, como o europeu, que investidores consideravam já saturado.

— Esses resultados provam a resiliência do núcleo da plataforma do Facebook — avaliou Christopher Rossbach, diretor de investimentos da J. Stern & Co, em entrevista à Bloomberg.

Na conferência de resultados, os executivos da companhia se mostraram otimistas, citando dados sobre número de usuários para argumentar que os escândalos recentes que envolveram a rede social, levantando debates sobre o impacto do Facebook nas democracias, não prejudicaram o negócio. Eles também disseram ser possível corrigir problemas, sem afetar o crescimento do negócio.

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Durante o último trimestre do ano passado, o público foi informado sobre como os russos manipularam o Facebook para influenciar o processo eleitoral americano, e uma falha na plataforma permitiu que hackers acessassem informações pessoais de 14 milhões de usuários. Sem contar com o escândalo da Cambridge Analytica, revelado no primeiro semestre de 2018, mas que ainda respinga sobre a imagem da companhia.
— Entre a imprensa de tecnologia e a elite de Washington, existe uma desconexão entre as notícias e o que o resto do mundo está fazendo — comentou Richard Greenfield, analista da BTIG LLC. — Anunciantes não escutam esses dois grupos, eles escutam os consumidores. A maioria dos anunciantes no Facebook não têm outro lugar para ir com retorno tão bom dos investimentos.


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