26/03/2020 às 23h20min - Atualizada em 26/03/2020 às 23h21min

UE celebra 25 anos de livre circulação com fronteiras fechadas

Maioria dos países-membros impuseram restrições devido à pandemia

Ab Noticia News
Por Francesco Guarascio e Bart Biesemans - Repórteres da Reuters - Berlim
© Reuters/Ralph Orlowski/direitos reservados

A União Europeia comemorou o 25º aniversário do Acordo de Schengen de livre circulação nesta quinta-feira (26) com todas as fronteiras terrestres fechadas ou sujeitas a checagens impostas como medida de contenção devido ao novo coronavírus.

Sustentando uma Europa cada vez mais integrada e unida, o acordo entrou em vigor em 26 de março de 1995 e estabeleceu uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários.

Inicialmente, o acordo aboliu os controles nas fronteiras entre França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Espanha e Portugal. Nos meses e anos seguintes, outros aderiram e, hoje, a zona Schengen conta com 26 membros, incluindo a Suíça e a Noruega, países não pertencentes à UE.

Entretanto, no seu 25º aniversário, a convenção está praticamente suspensa por causa da pandemia, que congelou a maioria das atividades econômicas e sociais, interrompeu as cadeias de fornecimento e transformou a maioria dos europeus em prisioneiros em suas próprias casas.

"O surto de Covid-19 está causando um grande impacto disruptivo na mobilidade e no transporte transfronteiriço europeu", afirmou um documento interno da Comissão Europeia, referindo-se à doença causada pelo coronavírus.

Fronteiras e aeroportos

O documento, datado de 25 de março, dizia que todos os Estados membros da UE haviam introduzido restrições ou fechamento de fronteiras, com exceção da Irlanda, que não é membro do espaço Schengen e não compartilha fronteiras terrestres com os países do bloco após a separação do Reino Unido.

Os aeroportos de quase todos os países da UE, exceto cinco, estão sujeitos a restrições de chegadas e partidas, informou o documento da Comissão, alertando sobre a interrupção causada por essas medidas no fornecimento de mercadorias, incluindo as essenciais, como remédios.

"A própria vida de muitos de nossos cidadãos depende de um fluxo de trabalhadores, suprimentos médicos essenciais e bens de primeira necessidade sem obstáculos através das fronteiras", afirmou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn.

Ele pediu a suspensão de checagens e a reabertura das fronteiras o mais rápido possível.

"Ouvi no noticiário que as fronteiras estavam fechadas, mas não esperava que houvesse controles tão rígidos. Não há nada que possamos fazer sobre isso", disse o viajante holandês Bart Jansen.


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