23/03/2020 às 20h14min - Atualizada em 23/03/2020 às 20h14min

População está cumprindo decreto municipal

Na tarde de ontem, a reportagem da Tribuna da Bahia percorreu um trecho de 12 km entre o Porto da Barra e o Jardim de Alah para verificar o comportamento de baianos e turistas diante das determinações

Ab Noticia News
Por: Yuri Abreu Tribuna da Bahia, Salvador
Romildo de Jesus / Tribuna da Bahia

Em meio a tantas notícias ruins relacionadas ao coronavírus, como a elevação do número de casos e de mortes, uma boa nova, pelo menos aqui em Salvador, vem chamando a atenção pelo lado positivo: a maior parte das pessoas está cumprindo, de fato, as orientações das organizações de saúde e ficando em casa para evitar a disseminação da Covid-19, na capital baiana.

Na tarde de ontem, a reportagem da Tribuna da Bahia percorreu um trecho de 12 km entre o Porto da Barra e o Jardim de Alah para verificar o comportamento de baianos e turistas diante das determinações. Na região do Porto, apenas um casal ocupava a mesa de um bar próximo ao acesso à praia, que estava interditada pela Prefeitura de Salvador, desde o último sábado.

Poucos metros mais à frente, outros bares e restaurantes que resolveram abrir – ainda que não fossem alcançados pelo Decreto municipal que suspendia o funcionamento de espaços como academias, escolas e faculdades – tinham fraquíssimo movimento de pessoas, em sua maior parte turistas.

No geral, por outro lado, o que mais se via eram funcionários sentados e conversando em si. Para outros, a opção foi mesmo caminhar pelo calçadão ou praticar alguma atividade física. Por lá, a equipe viu um caminhão do Corpo de Bombeiros passando e orientado às pessoas a seguirem em direção às residências ou hotéis onde estão hospedados.

Na praia de Ondina, o máximo que observado pela equipe foram três homens pescando em cima de uma das pedras, no meio da água. Ademais, quiosques e alguns restaurantes abertos, mas com pouco fluxo de pessoas. O único mau exemplo foi dado por um homem, que caminhava sozinho em um trecho de praia próximo a um restaurante japonês.

Na sequência, a parada seguinte foi Rio Vermelho. Na Colônia de Pescadores, havia uma pequena movimentação de pessoas, alguns até consumindo cerveja. Ninguém, contudo, entrou no mar. Já no conhecido Largo de Dinha, os bares até abriram, mas os clientes não apareceram. Em Amaralina, uma das que ainda não havia sido interditada pela prefeitura, ninguém se arriscou a tomar o banho de mar.

Já no final da “fiscalização”, quase seis quilômetros depois, é que a equipe da TB flagrou o descuido e a desatenção da população diante da Covid-19. No Jardim de Alah, quatro pessoas tomavam banho de mar tranquilamente, sem serem interrompidos ou interpelados por qualquer agente público.

Apenas uma bandeira de perigo indicava que o mar estava perigoso. Além disso, uma coisa chamou a atenção: apesar de haver uma placa indicando que a praia estava proibida, não havia tapumes ou quaisquer outras barreiras para evitar o acesso de banhistas ao local, diferente do que foi visto, por exemplo, nas praias da Paciência e do Porto da Barra.

MAU EXEMPLO

Se em algumas partes da cidade, as pessoas têm levado a sério a indicação dos órgãos de saúde nacional e internacionais, em alguns bairros o comportamento, lamentavelmente, tem sido diferente. Na região do Dique do Tororó, pais levavam os filhos pequenos para fazer piqueniques, expondo as crianças à doença. Na Avenida Vasco da Gama, um grupo de amigos juntou duas mesas e realizaram uma confraternização regada a cerveja – especialistas afirmam que uma quantidade excessiva de álcool no organismo pode afetar a imunidade do ser humano.

No bairro do Uruguai, na Cidade Baixa, policiais tiveram que intervir e acabar com um jogo de futebol que estava sendo realizado em um campinho da comunidade. Já na Avenida Suburbana, a “tradicional” Feira do Rolo foi alvo de uma ação conjunta da Guarda Civil Municipal (GCM), Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) e Polícia Militar. O espaço, costumeiramente, reúne um grande número de pessoas, o que deve ser evitado neste momento.

Houve relatos, ao longo deste domingo, de eventos acontecendo em localidades como Liberdade, Fazenda Grande, Retiro, Ribeira e Itapuã, a exemplo de cultos religiosos na região da Lagoa do Abaeté. De acordo com a Prefeitura, quem testemunhar alguma infração a essas medidas pode fazer uma denúncia para a Ouvidoria Geral do Município, preferencialmente pelo site falasalvador.ba.gov.br ou pelo e-mail [email protected]. O telefone 156 é outra opção, mas só deve ser utilizada em casos de urgência, para não sobrecarregar o sistema.


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