19/03/2020 às 11h46min - Atualizada em 19/03/2020 às 11h46min

"Bolsonaro abriu mão de liderar o país", diz Rui Costa

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), criticou, ontem, a maneira que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem se comportado no surto de coronavírus

Ab Noticia News
Por: Rodrigo Daniel Silva e agências Tribuna da Bahia, Salvador
Reprodução / Google fotos

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), criticou, ontem, a maneira que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem se comportado no surto de coronavírus que atinge o Brasil e outras partes do mundo. Para o petista, o chefe do Palácio do Planalto “abriu mão de liderar o país". "Ele não tem uma palavra que busque unir o Brasil em torno de uma solução. Só ataca as instituições, a imprensa, os governadores. A sociedade está à beira de um colapso e o presidente disparando a metralhadora contra todo mundo”, declarou.

O governador baiano fez um apelo para que Jair Bolsonaro mude a postura. Para ele, o presidente tem que pensar nas pessoas mais carentes do país. Rui Costa defende que seja elaborado um programa de emergência para atender os mais humildes. "O que essas pessoas vão comer todos os dias? O presidente deveria estar preocupado com isso, com essas pessoas. Nós estamos disponíveis. Vamos deixar essa disputa política de lado. É o meu apelo ao presidente. Esquece partido político, esquece disputa neste momento. Vamos cuidar dos seres humanos. Vamos cuidar das pessoas. Peço, como cidadão brasileiro, ao presidente que pelo menos tenha um período de seriedade, serenidade, e juízo para que pense nas pessoas e pense no povo brasileiro. Diminuía um pouco a sua histeria de briga política. Chega de ataques, que não cuidam do povo brasileiro. É preciso que o presidente da República cuide das pessoas. Mostre algum afeto, algum carinho, pelo povo brasileiro. Ele tem uma oportunidade enorme para demonstra isso. Fica o meu apelo”, ressaltou Rui Costa.

Em recentes entrevistas à imprensa, Bolsonaro classificou como “histeria” a crise do coronavírus e criticou medidas para evitar aglomerações adotadas por governadores a fim de conter o avanço do vírus no país. Para Bolsonaro, as medidas “vão prejudicar muito a economia”. “Olha, a economia estava indo bem, fizemos algumas reformas, os números bem demonstravam taxa de juros lá embaixo, o risco, a confiança no Brasil, a questão de risco Brasil também. Então, estava indo bem. Esse vírus trouxe uma certa histeria”, disse. Além disto, Bolsonaro compareceu a um protesto que ocorreu no final de semana e estimulou a presença de aliados, apesar da recomendação dada pelo seu próprio governo de evitar aglomerações por causa da crise do coronavírus.

Segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo, Bolsonaro teve contato direto com ao menos 272 pessoas em cerca de 58 minutos de interações com apoiadores, mesmo com a suspeita que estava com coronavírus. Segundo a publicação, o presidente ainda manuseou 128 celulares, trocou ao menos quatro objetos com a plateia, entre eles um boné. A análise foi feita a partir de filmagem pública na página do Facebook do chefe do Palácio do Planalto.

MAIS CRÍTICAS

Presidente nacional do DEM, o prefeito ACM Neto também já criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da crise. "A atitude do presidente não é compatível com a seriedade e o foco que o momento atual exige", afirmou Neto, em entrevista ao site da CNN Brasil "O momento não é de fazer política, de levantar bandeira partidária. O momento exige união dos líderes e dos governantes, e a postura do presidente não contribui para isso", disse. “Eu acho que o presidente errou (ao ir à manifestação). Não teve a postura que o cargo exige. Neste momento, é fundamental dar exemplo. Todos nós estamos vivendo um momento de preocupação, de restrição, de impedimento. Então, não acho correto”, declarou.


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