09/12/2018 às 16h46min - Atualizada em 09/12/2018 às 16h46min

Desfile de moda inclusiva encerra Semana Cidade PCD neste domingo

Esporte adaptado, casa acessível, tecnologia assistiva e até show do Padre Omar estão na programação da feira da pessoa com deficiência

O Globo
Davi Rodrigues, de 9 anos, com o pai Carlos Henrique, 49, na equoterapia Foto: Divulgação / Divulgação
Termina neste domingo, a feira Cidade PCD, que tem a segunda edição carioca marcada por uma semana de atividades iniciadas na última segunda-feira, 3, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Test drive de veículos, tecnologia assistiva, a etapa final do campeonato carioca de basquete adaptado e shows de stand up comedy do Gigante Léo e até do Padre Omar estão entre as atrações que podem ser conferidas ao longo do dia no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, com entrada franca. O encerramento será às 18h30m, com o desfile de moda inclusiva que tem como padrinho o ator Kadu Moliterno.

Maior evento de inclusão, acessibilidade, orientação e mobilidade do estado do Rio, a feira conta com parcerias do Sesc, Senac e a Prefeitura do Rio, presente com um estande divulgando serviços e projetos voltados ao universo da pessoa com deficiência (PcD).  
Uma das atrações é a casa acessível com rampas, piso tátil, legendas e toda automatizada que, pela primeira vez, é apresentada ao público. Além de propostas inovadoras de construção, a casa modelo desenvolvida com base em conceitos de acessibilidade oferece recursos para adaptações de residências, escritórios e outros espaços, com soluções para obstáculos do dia a dia. A arquiteta responsável pelo projeto, Gabriella Zubelli, teve o irmão tetraplégico como maior fonte de inspiração para o trabalho. Coordenadora de diretrizes de acessibilidade para os jogos paralímpicos do Rio, ela pensou em cada detalhe na construção dos quatro ambientes que compõem o estande.

— Queremos mostrar as dificuldades que as pessoas com deficiência encontram no dia a dia dentro de uma casa construída fora de um modelo ideal para cada deficiência. Portas com medidas maiores facilitam o ir e vir. Rampas com angulação adequada, proporções que alcance de um cadeirante, QR Code, braile e objetos com textura que permitem o reconhecimento de objetos dentro de casa são alguns dos recursos — explica Gabriella.
 

INOVAÇÃO

A feira apresenta uma novidade que chega ao Brasil para mudar a vida de pessoas cegas ou com deficiência visual. É o OrCam, pequeno aparelho que, acoplado a um óculos, permite que textos, imagens, pessoas e até cédulas possam ser reconhecidas pelo usuário por meio de áudio descrição. A ceramista cega Nilza Martins, 60 anos, moradora de São Gonçalo, experimentou o equipamento e aprovou. “Isso é o sonho de qualquer deficiente visual”, declara Nilza, que perdeu a visão há dez anos.

No estande da Prefeitura coordenado pela Subsecretaria da Pessoa com Deficiência (SUBPD) são divulgados diversos projetos desenvolvidos por órgãos municipais, com apoio de profissionais da Central Carioca de Intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais). No espaço há uma série de orientações, como informações sobre a retirada de documentos e obtenção do RioCard (passe especial). O público pode conhecer o sinal de trânsito com dispositivo sonoro da CET-Rio, que auxilia a travessia de cegos em frente ao Instituto Benjamin Constant, na Urca. A Guarda Municipal demonstra alguns de seus projetos PCDs, como o Showdog, com ações usadas na cinoterapia, terapia com cães realizada com crianças atendidas na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), este ano estendida a 200 idosos do Abrigo Cristo Redentor. A artista plástica Ana Paula Rocha apresenta suas telas em alto relevo, recurso para facilitar a integração de cegos com a arte.
 

Além dos estandes, a feira conta com uma área externa para test drive em veículos adaptados, equoterapia com cavalos da Polícia Militar e uma pista radical para os cadeirantes mais ousados. No interior há atividades como palestras, terapias, balcão de empregos, shows, muita novidade em tecnologia assistiva e competições esportivas, com acesso guiado em ruas do entorno e interior, praça de alimentação, ambiente climatizado e banheiros adaptados. 
 

Davi Rodrigues, de 9 anos, esteve com o pai Carlos Henrique, 49, na equoterapia. 
 

— A equoterapia é muito importante, ela movimenta o corpo todo, trabalha equilibrio e a parte sensorial. O davi adora, fazia quando era bem pequeno — contou o pai. 
 

Marcos Salles, presidente do Universo PCD e organizador da feira, destaca a importância do evento na luta em favor das pessoas com deficiência. 
— Não é fácil chegar a esse resultado aqui. Mas estamos empenhados em fazer com que a inclusão de fato aconteça. Em casa, na rua, na cidade, no estado, no país. Para que, de fato, as pessoas tenham como ir e vir — afirmou


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