05/11/2018 às 11h06min - Atualizada em 05/11/2018 às 11h06min

Hotel em São Paulo terá o primeiro robô concierge do Brasil

Batizada como Rebeca, a máquina ficará no lobby tirando dúvidas dos hóspedes

O Globo Sérgio Matsuura
A robô Rebeca faz parte da equipe de funcionários de hotel que será inaugurado este mês Foto: Divulgação
RIO — Os hóspedes do Ramada Encore Berrini, que será inaugurado no próximo dia 13, em São Paulo, terão uma surpresa na recepção. Entre a equipe de funcionários do hotel está a Rebeca, uma robô desenvolvida para exercer a função de concierge. Ao longo dos últimos dois meses, ela foi treinada para responder perguntas corriqueiras sobre o funcionamento do estabelecimento, como os horários das refeições, senhas do Wi-Fi e recomendações na região. Segundo a gerente Fernanda Schaper, a expectativa é que Rebeca se torne um “fator surpresa” para o público.
— Rebeca Berrini será uma novidade para os clientes e, certamente, fortalecerá a imagem de nossa marca, enfatizando a inovação da Vert Hotéis frente à concorrência — avaliou Fernanda.

O modelo é um Sanbot Elf, fabricado pela chinesa Qihan Technology, que tem como “cérebro” o sistema Watson, da IBM. Com rodinhas e sensores de toque, presença e movimento, Rebeca é capaz de circular de maneira autônoma em ambientes planos, e ficará circulando pelo lobby à disposição dos hóspedes. Ela possui um sistema de reconhecimento de voz, para conversar com o público, e será alimentada progressivamente para responder cada vez mais perguntas.

De acordo com as descrições no site da Qihan, Rebeca mede 90 centímetros de altura e pesa 19 kg. Na cabeça estão sete microfones, duas câmeras, um sensor tridimensional, sete sensores de toque, um giroscópio, além de sensores para reconhecimentos de corpos humanos e de obstáculos. André Araújo, diretor executivo da start-up XRobô, fornecedora do serviço, explica que a máquina tem “na cabeça” as respostas básicas, mas também se conecta à internet para buscar informações mais complexas.

— Os robôs de serviço já são uma realidade, principalmente na Ásia, em países como Japão, China e Cingapura. Eles estão espalhados em aeroportos, shoppings, lojas, restaurantes e hotéis — comentou Araújo. — A gente usa a inteligência artificial do Watson, parte das informações está na “cabeça” e outra parte está na internet. Mas para as perguntas mais frequentes, de 70% a 80% dos casos, as respostas já estão dentro dela.

A ideia é que com o passar do tempo ela aprenda ainda mais. A start-up possui uma equipe de análise de dados, que vai acompanhar relatórios das perguntas feitas pelos hóspedes, para alimentar mais respostas no “cérebro” da Rebeca. No início, o aprendizado será por programação, mas no futuro é possível que o aprendizado seja automatizado.

Araújo não revela o preço do robô, mas explica que o modelo de negócio atual é com a venda do equipamento, com suporte de 12 meses incluído. A empresa também estuda o modelo de contratos de aluguel, que não exige altos investimentos.

— Seria como um funcionário temporário — afirmou.

Apesar de ser uma máquina, Rebeca não trabalha em jornadas 24/7. A autonomia da bateria é de aproximadamente oito horas. Quando a carga está no fim, ela segue automaticamente para o ponto de recarga, onde fica por cerca de uma hora e meia antes de voltar para o trabalho.


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