04/11/2018 às 21h56min - Atualizada em 04/11/2018 às 21h56min

Em decisão com três pilotos, Hill levou a melhor no México e foi bicampeão, há 50 anos

Pilotando uma Lotus, inglês dominou maior parte da prova e, com os problemas nos carros de Stewart e Hulme, garantiu o bicampeonato mundial com uma vitória na Cidade do México

Globo Esporte Por Fred Sabino — Rio de Janeiro
Reprodução

Há exatos 50 anos, Graham Hill venceu o Grande Prêmio do México e sacramentou o bicampeonato mundial, derrotando Jackie Stewart e Denny Hulme, numa rara decisão de título mundial envolvendo três pilotos na última prova da temporada. Foi um desfecho glorioso para Hill e a Lotus depois do trauma da morte de Jim Clark em abril de 1968 num acidente durante corrida de Fórmula 2 em Hockenheim.

Quando a F1 chegou ao México para a última etapa do Mundial, Hill somava 39 pontos, contra 36 de Jackie Stewart (Matra) e 33 de Denny Hulme (McLaren). Entre Hill e Stewart, a conta era relativamente simples: quem vencesse a prova seria campeão; em caso de segundo lugar, o escocês precisaria de um quarto lugar do inglês, e, se chegasse em terceiro, o rival só poderia terminar de sexto para trás. Campeão de 1967, Hulme precisava vencer e torcer para Hill e Stewart terminarem de quinto para trás.

 
Hill à frente de Surtees e Stewart no começo do GP do México de 1968 — Foto: Getty Images

Hill à frente de Surtees e Stewart no começo do GP do México de 1968 — Foto: Getty Images

Hill à frente de Surtees e Stewart no começo do GP do México de 1968 — Foto: Getty Images

Hill à frente de Surtees e Stewart no começo do GP do México de 1968 — Foto: Getty Images

Hill à frente de Surtees e Stewart no começo do GP do México de 1968 — Foto: Getty Images

Nos treinos quem brilhou foi Jo Siffert, pole position com a Lotus 49 particular da equipe dirigida por Rob Walker, enquanto a Ferrari de Chris Amon ficou em segundo. Hill e Hulme dividiram a segunda fila, enquanto Stewart ficou apenas na sétima colocação, o que o deixava numa situação mais difícil e permitia a Hill correr apenas lhe "marcando".

Graham Hill largou muito bem e tomou a liderança. O inglês chegou a ser ultrapassado pela Honda de John Surtees no fim do retão, mas recuperou a ponta ainda na primeira volta. Quem começou muito bem foi Stewart, que passou em terceiro no fim do primeiro giro e superou Surtees logo em seguida. Estava desenhado o mano a mano pelo título mundial.
 

Hill acelerando sua Lotus 49 no México, em 1968 — Foto: Getty Images

Hill acelerando sua Lotus 49 no México, em 1968 — Foto: Getty Images

Hill acelerando sua Lotus 49 no México, em 1968 — Foto: Getty Images

Hill acelerando sua Lotus 49 no México, em 1968 — Foto: Getty Images

Hill acelerando sua Lotus 49 no México, em 1968 — Foto: Getty Images

Stewart partiu para cima de Hill e assumiu a liderança na quinta volta, mas o inglês deu o troco na nona passagem sem muitas dificuldades. Já Hulme foi o primeiro dos três concorrentes ao título a cair fora da disputa, com um problema na suspensão logo na décima volta, quando estava em terceiro. O neozelandês inclusive bateu e teve alguns danos no carro, o que obrigou os bombeiros a debelar um princípio de incêndio.

A disputa entre Hill e Stewart continuou, mas um intruso apareceu: Jo Siffert, depois de perder sete posições na largada, reagiu de forma impressionante e ultrapassou os dois para tomar o primeiro lugar na volta 22 de 65. No entanto, a excelente corrida do suíço ficou comprometida quando um cabo de acelerador preso obrigou Siffert a ir aos boxes.

 
Stewart teve problemas na decisão do título de 1968 — Foto: Reprodução

Stewart teve problemas na decisão do título de 1968 — Foto: Reprodução

Stewart teve problemas na decisão do título de 1968 — Foto: Reprodução

Stewart teve problemas na decisão do título de 1968 — Foto: Reprodução

Stewart teve problemas na decisão do título de 1968 — Foto: Reprodução

Hill recuperou o primeiro lugar e passou a controlar os ataques de Stewart. A tarefa do inglês ficou facilitada a 15 voltas da bandeirada final, quando a Matra-Ford do escocês passou a falhar, com problemas na alimentação de combustível. Arrastando-se pela pista, o futuro tricampeão foi despencando até chegar ao sétimo lugar, momentaneamente recuperou dois postos, mas caiu de novo para sétimo, posição na qual terminou a corrida.

Com mais de um minuto de vantagem sobre o segundo colocado Bruce McLaren, Hill passou a poupar o carro e o motor, sempre muito exigido devido ao ar rarefeito na altitude de mais de 2 mil metros da Cidade do México. Tranquilo, Graham Hill cruzou a linha de chegada para sacramentar o bicampeonato mundial, enquanto McLaren e Jackie Oliver (Lotus) completaram o pódio.

 
Graham Hill com esposa e filhos, inclusive o futuro campeão mundial Damon, à direita — Foto: Getty Images

Graham Hill com esposa e filhos, inclusive o futuro campeão mundial Damon, à direita — Foto: Getty Images

Graham Hill com esposa e filhos, inclusive o futuro campeão mundial Damon, à direita — Foto: Getty Images

Graham Hill com esposa e filhos, inclusive o futuro campeão mundial Damon, à direita — Foto: Getty Images

Graham Hill com esposa e filhos, inclusive o futuro campeão mundial Damon, à direita — Foto: Getty Images

Com a vitória no México, Hill somou uma nova conquista a uma das carreiras mais importantes do automobilismo naqueles tempos. Hill ainda se tornaria o único piloto na história a conquistar a Tríplice Coroa, ou seja, vitórias no GP de Mônaco de F1 (cinco vezes), nas 500 Milhas de Indianápolis (1966) e nas 24 Horas de Le Mans (1972). Em 1975, meses depois de ter abandonado as pistas como piloto, o bicampeão morreria num acidente aéreo com integrantes de sua própria equipe na F1.

 
 
 — Foto: Infoesporte

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