18/04/2024 às 07h51min - Atualizada em 18/04/2024 às 07h51min

Ferramenta de inteligência artificial do governo paulista já corrigiu mais de 400 mil redações desde dezembro

Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram ainda que a Secretaria Estadual da Educação prevê gastar R$ 900 mil por mês pela ferramenta de 'assistente de correção virtual' da plataforma Redação Paulista.

AB NOTICIA NEWS
G1
Reprodução

Implementada em 30 de novembro de 2023, uma ferramenta de assistência virtual de correção de redações criada pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo (Seduc-SP) já corrigiu, até 25 de março, 405.410 redações escritas por estudantes da rede e inseridas na plataforma Redação Paulista.

Pelo menos 23.375 professores em 4.210 escolas estaduais usaram a ferramenta no mínimo uma vez.

Os dados foram obtidos pelo SP2 via Lei de Acesso à Informação (LAI), e mostram que o governo prevê gastar uma média de R$ 900 mil por mês pelo uso do "assistente de correção virtual", ou cerca de R$ 10 mil em todo o ano de 2024.

Em dezembro de 2023, primeiro mês de operação da ferramenta, foram gastos R$ 350 mil.

 

IA da Seduc corrige, professor revisa

 

A ferramenta funciona na plataforma Redação Paulista, que já existia antes da adoção de inteligência artificial. Segundo dados da própria secretaria, "mais de 2,4 milhões de estudantes submeteram 3,5 milhões de redações" apenas no segundo semestre de 2023.

Com a assistente virtual, a pasta afirmou, em dezembro, que a ideia é agilizar e facilitar essas revisões.

A Seduc-SP informou, via LAI, que a "correção é apresentada apenas para o professor, que pode editar os comentários e a nota apresentada".

A TV Globo procurou a Seduc para saber se a revisão é obrigatória para todas as redações. Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria atualizou os números informados via Lei de Acesso à Informação e disse que "com o encerramento do 1º bimestre, 1,9 milhão redações foram corrigidas com o apoio do assistente".

A pasta disse ainda que "realizou formações virtuais e presenciais com os professores" e que a plataforma Redação Paulista realiza automaticamente uma correção ortográfica e gramatical do texto de cada estudante antes que ele seja enviado, "que servem para alertar o aluno a forma correta da escrita".

"Para fazer as mudanças necessárias no texto, o estudante precisa reescrever a palavra e, só aí, fica liberada a função de envio do texto para o professor. Quando o docente recebe o texto, a plataforma aponta automaticamente se foram seguidos os critérios avaliativos obrigatórios, como coerência, argumentação e adesão ao temaCada um desses tópicos deve ser validado pelo professor, a quem cabe, após o uso do recurso, a avaliação final quanto a intepretação textual e a correta adesão ao tema da redação, até atingir a completa correção e nota", explicou a Seduc.

 

Professora de 'redações nota mil' ainda não adotou IA

 

Sharlene Leite, professora que se especializou em aulas de redação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), afirmou ao SP2 que está estudando como usar tecnologias como a inteligência artificial no processo pedagógico de corrigir e avaliar os textos de seus alunos, mas ainda não adotou nenhuma delas.

"Não nós estamos usando a inteligência artificial, embora já estejamos estudando todos esses processos", afirmou ela, que atualmente é diretora de Redação do Grupo Fleming Educação, um curso pré-vestibular com unidades em Brasília, Curitiba, Santa Catarina e Porto Alegre.

Atualmente, ela coordena uma equipe de 100 professores que corrigem uma média de 4 mil redações por semana. E já deu aulas para cinco estudantes que obtiveram a nota mil na redação do Enem.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Mande sua denuncia, vídeo, foto
Atendimento
Mande sua denuncia, vídeo, foto, pra registrar sua denuncia