ReproduçãoPresidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) abre caminho para a oposição após o agravamento da crise com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e a demissão do seu primo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Alagoas. As informações são de O Globo.
Lira anunciou que permitirá a instalação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) simultâneas, uma ação que gera preocupação no Executivo, e avançará com iniciativas para limitar o Judiciário. A estratégia contraria os esforços do Palácio do Planalto para manter a calma entre os poderes.
O conflito renovado surge no momento em que o governo busca diminuir derrotas no Congresso, incluindo a revogação dos vetos do presidente Lula (PT) a R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão e ao projeto que restringe a saída temporária de presos. Em resposta às emendas, o Planalto propôs um acordo e ganhou "alívio" com o adiamento da sessão do Congresso.
Os requerimentos para a instalação de CPIs incluem comissões para investigar o 'abuso de autoridade do Judiciário', 'crime organizado', 'avanço do crack' e 'tráfico infantil e exploração sexual'. Esses comités são usados pela oposição para enfraquecer o governo. As CPIs a serem instaladas ainda não foram definidas.
A 'reação' de Lira ocorre após o descontentamento causado por duas ocorrências recentes. Na última quinta-feira, Lira criticou Padilha como 'incompetente' e 'pessoalmente desagradável' após ficar irritado com o que considerou um 'vazamento' do governo. Seu primo, Wilson Cesar de Lira Santos, foi demitido da superintendência regional do Incra em Alagoas ontem, após pressões do MST e a ameaça de uma nova invasão ao prédio do órgão no estado.
O parlamentar afirmou a interlocutores que não gostou de saber da demissão pelo Diário Oficial. Descontente com a decisão, Lira ligou para o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para dizer que o combinado era uma troca simultânea: o seu primo deixaria o cargo para dar lugar a um outro indicado.
