ReproduçãoA Justiça baiana realiza, nesta quarta-feira (28), uma audiência para ouvir testemunhas de acusação e defesa, além dos acusados, sobre a morte do servidor do Tribunal de Contas do Município (TCM), Antônio José Trocoli da Silveira, que tinha 56 anos. Ele era pai do lutador baiano de MMA Antônio Trocoli, conhecido como "Malvado". Os policiais que participaram da ação e serão ouvidos são Israel Deiró Bastos e Ronaldo dos Reis Conceição.
O servidor estadual foi morto a tiros em uma abordagem policial na noite do dia 15 de dezembro de 2021, na Avenida Garibaldi, em Salvador. Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima teria sacado uma arma falsa. A versão é rebatida por familiares. De acordo com o advogado da família da vítima, Paulo Cléber, após as oitivas, o juiz deve analisar se o caso vai para júri popular.
“Infelizmente, a gente tem um judiciário assoberbado e abarrotado de processos. Isso aí, a gente não pode obrigar o juiz porque o processo, porque o caso teve uma repercussão, a gente não pode querer que esse processo passe na frente dos outros. Ele tem que seguir a ordem cronológica, não de importância, mas a ordem normal de processo, procedimento comum. Até porque você tratar diferente no processo, só porque ele está na mídia, isso pode até gerar um certo desconforto na defesa, e a gente não quer que a defesa tenha desconforto, a gente quer que a gente possa também fazer um bom trabalho, e que o nosso trabalho supere do colega com todo o respeito. [...] E, assim, levar os réus ao júri popular e condenar finalmente, aqueles que tiraram a vida de Antônio Trocoli”, disse em entrevista à TV Bahia, afiliada da TV Globo.
O que disse a PM na época do crime
Na época do crime, a assessoria da PM informou que uma equipe da 41ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Federação) foi chamada por volta das 22h10 para verificar uma denúncia de que um homem armado estava agredindo pessoas na Praça Lord Cochrane.
No local, os PMs identificaram o homem próximo a uma Ranger de cor azul, visivelmente agitado. Na abordagem policial, segundo a polícia, Antônio gritou que estava armado e disse que não iria colocar as mãos na cabeça. Neste momento, ele sacou a arma "abruptamente" e os militares atiraram.
Baleado, o servidor foi levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas morreu. Antônio tinha participado de uma confraternização na região da Orla e retornava para casa, no bairro Canela, quando o crime ocorreu.
A PM afirmou que foi apreendido com Antonio um simulacro de arma de fogo. O caso foi registrado na Corregedoria da Polícia Militar.
Família contesta a PM
Antonio deixou esposa e quatro filhos, um deles é o lutador de MMA Antônio "Malvado" Trocoli, que questionou a versão da PM. No Instagram, o lutador postou uma série de publicações, contestando a versão policial. Ele divulgou um vídeo com o suposto momento da operação que resultou na morte do pai. Os familiares do servidor negam que ele tenha sacado um simulacro de arma de fogo durante abordagem.
Nas imagens, um homem, aparece com as mãos na cabeça. Segundo a família, quem aparece no vídeo é Antonio José. Em uma das imagens, onde não é possível ver o homem rendido, tiros são ouvidos. O lutador escreveu nos vídeos: ‘Com a mão na cabeça? Isso é defesa aonde?’.
